Início Geral Ao que tudo indica, João de Deus chefia organização criminosa, diz juiz

Ao que tudo indica, João de Deus chefia organização criminosa, diz juiz

Ao acatar pedido de prisão preventiva por posse ilegal de arma e autorizar nova busca e apreensão em endereços de João de Deus, o juiz Liciomar Fernandes da Silva, da Comarca de Abadiânia (GO), alegou suspeitar da existência de uma máfia. “Ao que tudo indica, o médium chefia uma organização criminosa que atua principalmente na cidade”, pontuou. A decisão do magistrado foi expedida no dia 20 de dezembro.

Um dia depois, após cumprimento do mandado, os policiais civis de Goiás encontraram uma mala recheada com R$ 1,2 milhão em uma das casas do acusado em Abadiânia. Também foram recolhidos 770 euros e US$ 908 em um imóvel do médium em Anápolis (GO), bem como um revólver calibre .38, uma algema e centenas de pedras das mais variadas tonalidades. As novas buscas foram autorizadas pela Justiça em três endereços.

A mala estava em um esconderijo dentro de um fundo falso de um guarda-roupa. O acesso é feito por meio de uma escada. No local, havia um cofre, que estava vazio. Também foram apreendidas no mesmo imóvel pedras que parecem esmeraldas.

No dia 18 de dezembro, a Polícia Civil de Goiás encontrou R$ 400 mil, cinco armas, um simulacro e munição em outra casa do médium João de Deus, em Abadiânia. O dinheiro era dividido em notas de euro, dólar, libra, peso e real.

O armamento, por sua vez, estava espalhado em diversos cômodos da residência em Abadiânia. Como resultado da ação, a Justiça acatou, nessa sexta (21), novo pedido de prisão preventiva contra o líder religioso, desta vez por posse ilegal de arma.

João de Deus está preso desde 16 de dezembro, em Aparecida de Goiânia. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liberdade do médium. Agora, a defesa espera decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, sobre habeas corpus impetrado na última semana.

“A manutenção da segregação cautelar é necessária para a garantia da ordem pública, em razão da gravidade concreta do crime, em face da grande quantidade de armas e munições que o investigado mantinha em sua posse. Bem como pela conveniência da instrução processual e ainda para a aplicação da lei penal”, disse o juiz Liciomar Fernandes da Silva, sobre a prisão preventiva decretada por posse ilegal de arma.

De acordo com o magistrado, a liberdade de João de Deus “poderá abalar a paz e a tranquilidade no meio social, vez que essa servirá de incentivo para que outros indivíduos venham a praticar crimes de mesma natureza, além de permitir que ele continue a delinquir, o que justifica a restrição da liberdade”.

Nota da defesa de João de Deus

O advogado Alberto Toron, defensor de João de Deus, disse que a decretação da nova prisão preventiva por posse ilegal de arma, “além de desnecessária, pois o investigado já está preso, foi calcada no desejo de calar o clamor público contra a impunidade”.

Toron informou ainda que a nova busca e apreensão nos endereços do médium foi “determinada com base em denúncia anônima e genérica, o que é inadmissível. E mais, não se lavrou auto de apreensão no local como manda a lei. Portanto, a diligência é írrita”.

Sair da versão mobile