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As crianças mais inteligentes do mundo

Éo título do livro da jornalista americana Amanda Ripley, sobre como funciona o sistema educacional de países que estão no topo do ranking mundial sobre educação, mesmo não sendo os mais ricos. 

E o que fazem estes países – Coreia, Finlândia e Polônia, que ocupam, respectivamente, o 4º, 7º e 12º lugar no Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (Pisa), enquanto que Estados Unidos, campeão de gastos, ocupa modesto 29º lugar – e que pode servir de lição para o Brasil que, no referido certame, ocupa o vexatório 57º lugar entre os 64 países participantes?

 Muito do já praticado na região de Tubarão – publicado neste espaço como: “4 ideias para avançar na Educação” -, e que elevou o ‘IDH Educação’ acima da média do estado, mas, infelizmente, descontinuado. 

Um conjunto de ações que modernizou o currículo removeu o corporativismo e a politicagem,  foca nos professores e alunos, e toma decisões balizadas no mérito.

Ou seja: atuam na finalidade que é o ensino e a aprendizagem, enquanto que no Brasil, salvo exceções, ainda se patina nos meios: são frequentes as notícias de escolas sem professores, estrutura física inadequada ou esvaziadas pelos cursos obsoletos e dirigentes inaptos.

As reformas educacionais desses países tornaram a carreira do professor competitiva e atraente para os melhores alunos. Para entrar no curso de pedagogia, precisam estar entre os 30% melhores. São bem pagos, capacitados, “não pensam na origem social e familiar dos alunos para ensinar”, e são vigiados no tocante à preparação discente para enfrentar a concorrência global. 

No Brasil, é o contrário: apenas 2% dos alunos querem ser professores e não são os melhores, tal é o desprestígio, caracterizado, principalmente, pelos baixos salários, autoridade constantemente questionada e capacitações exíguas, inadequadas ou descontinuadas.  

Impera na sala de aula dos países que estão no topo o rigor quanto a tarefas de casa, pontualidade e disciplina. São aprovados os estudantes que de fato aprendem. Há exame que exige muita preparação. Os alunos passaram a encarar o sistema educacional com maior seriedade e, acrescenta-se, na Coreia, a obsessão para ingressarem nas melhores universidades. 

Nas salas de aula do Brasil, salvo exceções, em vez do rigor, predomina a frouxidão, principalmente quanto ao currículo (alunos de uma mesma série, muitas vezes da mesma escola, estudam conteúdos completamente diferentes e com metodologias ultrapassadas), disciplina (os alunos brasileiros, segundo o Pisa, são os mais indisciplinados, família e escola constantemente se acusam, quando deveriam ser fortes aliadas para promover a formação técnica e ética dos alunos e agressões contra professores crescem exponencialmente), e rendimento (em muitas séries do Ensino Fundamental o aluno é aprovado compulsoriamente, quando deveria receber reforço para aprender mais).

Planejamento e rigor não dependem de dinheiro, mas de atitude. E o que precisa (de dinheiro) é questão de decidir que futuro se deseja para o conjunto dos brasileiros. É a lição dos melhores.

 

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