O Centro de Pesquisa e Tratamento de Animais Silvestres (Ceptas), da Universidade do Sul de Santa Catarina (UniSul), se consolida como referência regional no acolhimento, tratamento e reabilitação de animais silvestres vítimas de atropelamentos, tráfico, envenenamento e maus-tratos. Coordenado pelo biólogo Rodrigo Ávila Mendonça, o local alia ciência, cuidado e educação ambiental.
Estrutura especializada garante atendimento completo aos animais
Instalado na UniSul, em Tubarão, o Ceptas possui uma estrutura técnica avançada, com laboratórios, recintos adaptados e áreas de soltura monitoradas. Os atendimentos incluem procedimentos clínicos e cirúrgicos realizados em animais resgatados por órgãos ambientais, ONGs, Polícia Militar Ambiental e até por cidadãos comuns.
Os casos mais recorrentes envolvem aves, répteis e mamíferos, muitos deles filhotes separados dos pais ou capturados ilegalmente. Além da recuperação física, o Ceptas realiza um processo de reabilitação comportamental para garantir que os animais possam voltar à natureza de forma segura e autônoma.
Soltura é o objetivo, mas nem sempre é possível
Segundo Rodrigo Mendonça, o grande propósito do centro é devolver os animais à natureza. “Nossa função principal é dar condições para que esses animais possam voltar para a natureza com autonomia, sem dependência humana e com chances reais de sobrevivência”, explica.
No entanto, alguns animais apresentam sequelas físicas ou alterações comportamentais que inviabilizam a soltura. Nestes casos, são encaminhados a instituições parceiras para fins educativos ou permanecem sob cuidados especiais no próprio Ceptas.
Formação profissional e educação ambiental também fazem parte da missão
O Ceptas vai além do cuidado com os animais: ele também é um espaço de formação prática para alunos dos cursos de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas da UniSul. Estudantes acompanham de perto todas as etapas do trabalho de resgate e reabilitação, tendo contato direto com as complexidades da conservação da biodiversidade.
Além disso, o centro realiza campanhas educativas, palestras e visitas guiadas para escolas, buscando sensibilizar a comunidade sobre a importância da fauna silvestre e os riscos do tráfico e do abandono de animais.
Rodrigo reforça que o papel da sociedade é essencial. “A fauna é um patrimônio natural, e o respeito a ela é responsabilidade de todos nós”, afirma. A recomendação é nunca comprar animais silvestres como pets e acionar os órgãos competentes ao encontrar um animal ferido ou fora de seu habitat.