Na semana passada, compartilhei uma pesquisa que revela um distanciamento preocupante das crianças em relação à leitura, um afastamento que, em grande parte, tem raízes na falta de leitura em voz alta por parte dos adultos, pais, professores, mediadores.
Os números, embora frios, trazem uma realidade que não podemos ignorar.
Alguns leitores se incomodaram com os dados, preferindo narrativas mais leves, mesmo que tenham entendido a urgência do tema. Outros, mostraram-se empáticos, inclusive sugerindo fazer algo a respeito.
Porém, uma mensagem me tocou profundamente e me fez refletir ainda mais: ela dizia que “não tem mais jeito, daqui só pra baixo”. Essa expressão, mesmo em tom de brincadeira, parece uma sentença definitiva, uma derrota anunciada. Mas, para nós que escrevemos para a infância, vivendo entre escolas, histórias e sonhos de leitura, essa não pode ser a nossa verdade.
Não podemos aceitar que o solo onde plantamos nossas palavras se torne árido, sem esperança.
Hoje, eu acredito piamente na força da literatura e na magia que ela pode criar na vida de uma criança. Acredito que cada história contada, cada livro compartilhado, é uma semente de transformação. E é por isso que quero convidar você: professor, pai, mãe, contador de histórias, estudante, leitor, a se juntarem conosco nesta luta. Não podemos deixar que a falta de leitura seja uma sentença definitiva. Ainda há tempo, ainda há esperança.

Precisamos agir com paixão, com a certeza de que o engajamento de cada um faz toda a diferença. Precisamos também de disciplina. Compartilhe essas crônicas, converse com seus amigos, incentive as crianças a pegarem um livro na mão, conte histórias com entusiasmo, leve a leitura para dentro de casa, para a escola, para a comunidade. Cada gesto conta. Cada leitura compartilhada é uma vitória contra o desinteresse, contra o esquecimento do valor do livro.
Vamos juntos reconstruir esse cenário. Vamos mostrar que a leitura é uma ponte para o mundo, uma ferramenta de transformação social e pessoal. Não podemos aceitar que as bibliotecas sejam fechadas, que a sala de leitura seja desativada, que o incentivo à leitura seja visto como algo secundário ou pior, obrigatório. Ainda há tempo de mudar essa história, e essa mudança começa com cada um de nós.
Por isso, mais uma vez peço que compartilhem essas palavras, que espalhem essa mensagem. Que cada leitor, cada educador, cada pai e mãe, se torne um agente de transformação. Porque, no final das contas, a verdadeira força está na nossa união, na nossa vontade de fazer diferente, de fazer melhor.
Nos encontramos nas próximas linhas!