Início Economia Declarações de Trump sobre Brics afetam Ibovespa e juros futuros

Declarações de Trump sobre Brics afetam Ibovespa e juros futuros

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul

O mercado financeiro brasileiro iniciou a semana sob forte tensão após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil e o bloco Brics. O Ibovespa, que havia alcançado sua máxima histórica na sexta-feira (141 mil pontos), recuou 1,26% nesta segunda-feira (7), encerrando o dia aos 139.490 pontos.

As falas de Trump incluíram ameaças de tarifas adicionais de até 10% a países alinhados às políticas do Brics, além do anúncio de novos tributos entre 25% e 40% para 14 países, como Japão e Coreia do Sul. O movimento foi visto como um “flashback” da guerra tarifária de 2018 e trouxe instabilidade para os mercados globais.

Juros sobem e investidores ficam cautelosos

No Brasil, além da queda no principal índice da Bolsa, houve aumento nos juros futuros, que subiram entre 0,60% e 1,05% nos vencimentos mais longos. Especialistas apontam que as ameaças de Trump geram insegurança jurídica e comercial, o que reflete negativamente nos investimentos e na precificação de risco.

O ambiente de incerteza, segundo analistas, exige cautela por parte dos investidores. Enquanto não há clareza sobre a efetividade ou cronograma das medidas, o cenário tende a se manter volátil.

Reação internacional e impacto nas montadoras

As novas tarifas anunciadas por Trump também afetaram empresas no exterior. Montadoras japonesas como Toyota, Nissan e Honda registraram quedas generalizadas. A Tesla despencou 6,79% após Elon Musk anunciar a criação de um novo partido político (American Party), aumentando receios sobre sua gestão na empresa.

Lula defende Brics e critica protecionismo

Durante a 17ª Cúpula do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu indiretamente às falas de Trump, criticando o unilateralismo e o protecionismo comercial. Para Lula, o fortalecimento do bloco é essencial para a construção de uma nova ordem econômica multipolar.

A Declaração Final do Brics destacou a rejeição a sanções unilaterais e defendeu o uso de moedas locais no comércio internacional — medidas que desafiam a hegemonia do dólar e incomodam Washington.

Risco geopolítico em alta

A retórica agressiva de Trump sinaliza um possível endurecimento das relações comerciais caso ele retorne à presidência em 2026. Para especialistas, esse cenário agrava o risco geopolítico e pode dificultar negociações como o acordo Mercosul-União Europeia, citado por Lula como prioritário.

“A estratégia de Trump é de estica-e-puxa. Mesmo que as medidas não sejam imediatas, criam incerteza e afastam investimentos”, avaliam analistas.

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