A HBO anunciou nesta quinta-feira um plano ambicioso que promete manter o universo de Game of Thrones vivo com novas produções todos os anos até 2028. A estratégia é a resposta da emissora às críticas sobre longas pausas entre temporadas — uma das queixas mais comuns da era do streaming.
O plano foi apresentado em Nova York por Casey Bloys, Presidente e CEO de Conteúdo da HBO e MAX, em coletiva de imprensa que reuniu executivos, jornalistas e representantes das principais franquias da empresa. O anúncio ganhou grande repercussão nas redes sociais, onde perfis oficiais da franquia publicaram teasers, além do slogan:
“Um Reino. Novas Histórias. Todo Ano.”
Um calendário estratégico para manter Westeros vivo
O novo planejamento estabelece um intervalo regular entre lançamentos, com as séries A Knight of the Seven Kingdoms e House of the Dragon se alternando anualmente. O objetivo é claro: manter o engajamento do público ao mesmo tempo em que se evita a saturação da marca.
Lançamentos previstos
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18 de janeiro de 2026 — A Knight of the Seven Kingdoms (1ª temporada)
Série de seis episódios que acompanha Sor Duncan, o Alto, e seu escudeiro Egg, ambientada cerca de cem anos antes dos eventos de Game of Thrones. -
Verão de 2026 — House of the Dragon (3ª temporada)
Francesca Orsi, chefe de programação da HBO, promete as batalhas mais épicas da série até agora.
A partir de então, as produções passam a se alternar:
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2027: A Knight of the Seven Kingdoms — 2ª temporada
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2028: House of the Dragon — 4ª temporada (provavelmente a última)
Segundo Orsi, a escolha por alternância cria ritmo, previsibilidade e retenção, três elementos cruciais no modelo atual de consumo de streaming.
Aprendendo com os erros da Marvel
A HBO deixou clara a intenção de não repetir o que executivos classificam como “excesso de conteúdo sem estratégia”. O exemplo mais citado na coletiva foi o da Marvel, que, após o sucesso de Vingadores: Endgame, multiplicou produções para o Disney+.
O CEO da Disney, Bob Iger, reconheceu publicamente em 2025 que a empresa “perdeu o foco ao produzir demais”, chegando a mais de 100 horas de conteúdo em apenas seis anos. O próprio Kevin Feige admitiu que o volume de projetos fez parte do público se perguntar:
“Costumava ser divertido… mas agora preciso saber de tudo para acompanhar?”
A HBO, portanto, aposta no caminho inverso: qualidade, cadência estável e espaço entre lançamentos.
A crítica ao hiato interminável entre temporadas
A estratégia também tenta resolver um problema comum em grandes franquias: os intervalos longos.
Em todo o mercado, exemplos são frequentes:
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Stranger Things — 3 anos e meio entre as temporadas 4 e 5
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True Detective — apenas 4 temporadas lançadas em uma década
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Westworld — atrasos que prejudicaram a audiência (antes de ser encerrada)
A HBO acredita que manter Westeros anualmente na tela pode evitar um fenômeno que tem se tornado mais comum:
o abandono de séries depois de longas pausas.
Confiança renovada no universo de George R.R. Martin
O anúncio também reforça o compromisso da empresa com o universo criado por George R.R. Martin. “Estamos entusiasmados por entregar novas temporadas dessas duas séries pelos próximos três anos, para a legião de fãs do universo de Game of Thrones”, afirmou Francesca Orsi.
A emissora acredita que, ao manter o ritmo anual, fortalece a marca, aumenta a permanência dos assinantes e estabelece um novo padrão de gestão de franquias na era do streaming.
Para os fãs, o recado é claro: Westeros está de volta — e vai ficar por um bom tempo.
