Tatiana Stock
Tubarão
Geralmente, pessoas que passam por grandes dificuldades têm uma visão diferente do mundo. Principalmente se a questão for perder a chance de viver. Com o intuito de ajudar pacientes de hemodiálise, foi criada a Sociedade Amigos Transplantados e Insuficientes Renais da Amurel (Satira), há cinco anos.
A entidade filantrópica trabalha com doações de medicamentos de uso contínuo, empréstimo de cadeiras de rodas, ajuda de custo em caso de viagem para transplante, auxílio em exames e transporte aos pacientes para a hemodiálise.
Um dos idealizadores, o presidente da associação Edson Neves Fulaneto, faz hemodiálise há seis anos e vê a Satira como uma ajuda a muitas pessoas sem condições. “A Satira existe para que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida”, explica.
Edson já tirou um rim e passou por várias cirurgias. Tem esposa e filho e diz que, mesmo depois de tantas operações, não se considera uma pessoa doente. “Quando vemos que existem pacientes piores que a gente, damos mais valor”, ensina.
A entidade abrange todos os municípios da Amurel e, três vezes por semana, os pacientes passam pelas sessões de hemodiálise em Tubarão, cada uma dura em torno de quatro horas. Tubarão e Capivari de Baixo são as cidades que mais precisam de ajuda em termos de transporte. “Estamos aguardando uma resposta da Tractebel para uma Ducato”, conta Edson.
A lagunense Ligia de Souza, 68 anos, está em tratamento há um ano. Ela está na fila de transplante e, quando soube da existência da Satira, ficou muito feliz. “Com o transporte para a hemodiálise, tudo fica mais fácil”, analisa.
Contato
Os membros da Satira reúnem-se uma vez por mês, na rua Maria de Nazaré, no bairro Vila dos Ferroviários. Contato pelos telefones: 9901-5940 e 3626-9083.
A importância
do tratamento
O médico Alfredo Maia, da clínica Geral de Doenças Renais e Hemodiálise, informa que problemas renais não têm idade e, devido ao rim funcionar até com 10% de sua capacidade, muitas pessoas só percebem quando já estão em situação de hemodiálise. “Na Europa, doentes vão todos os dias para a hemodiálise. Aqui no Brasil, são só três vezes por semana, por isso a importância da ajuda da Satira para que os pacientes estejam presentes nas sessões e prolonguem o seu tempo de vida”, avalia o médico.