O presidente Yoon Suk-yeol declarou lei marcial na Coreia do Sul nesta terça-feira (3), sob a justificativa de conter supostos “espiões pró-Coreia do Norte”. No entanto, a medida foi rapidamente anulada pelo Parlamento, aumentando ainda mais a tensão no país. A decisão gerou críticas não apenas de opositores, mas também de membros do próprio governo, em meio ao agravamento do conflito entre as duas Coreias.
O que levou à declaração da lei marcial?
A lei marcial, prevista na Constituição sul-coreana, permite a mobilização das forças armadas em situações de guerra ou emergência nacional. O presidente Yoon utilizou o Artigo 77 para justificar a medida, alegando ameaças internas ligadas à oposição. Contudo, a decisão enfrentou forte resistência:
- Foi declarada com base em acusações de que a oposição estaria colaborando com a Coreia do Norte.
- Apenas três horas depois, o Parlamento anulou a medida em votação.
- A ação foi vista como um movimento político para fortalecer o governo em meio a críticas.
A escalada de tensões entre as Coreias
As relações entre as Coreias deterioraram-se significativamente nos últimos anos, principalmente após a suspensão de um pacto de não agressão firmado em 2018. Esse acordo foi rompido em 2023, intensificando as hostilidades:
- A Coreia do Norte realizou testes de mísseis balísticos e colocou um satélite espião em órbita.
- Em resposta, os Estados Unidos e a Coreia do Sul aumentaram os exercícios militares conjuntos.
- A fronteira entre os países voltou a ser militarizada, agravando o clima de confronto.
Provocações inusitadas no conflito
O conflito entre as Coreias também tem incluído ações inusitadas, como a chamada “guerra de balões”. Em maio deste ano, a Coreia do Norte enviou balões contendo lixo e fezes ao território sul-coreano. Ativistas da Coreia do Sul responderam com balões carregando pen drives com músicas de k-pop, grãos de arroz e até notas de dólar.