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Mercado de cervejas artesanais cresce na região

Ainda pouco conhecido, produto está conquistando mercado e é aposta de empresários locais.

Willian Reis
Tubarão

Em meio à crise econômica que prejudica o desenvolvimento do país, há um setor que não apenas está comemorando bons números como também projeta crescimento para os próximos anos. Perspectivas mais otimistas apontam que até 2025 o segmento das cervejas artesanais deva passar do atual 1% do mercado nacional e conquistar uma fatia de 5%.

Mas se engana quem pensa que a produção da cerveja artesanal é algo distante, que apenas ocorre em centros mais tradicionais, como Blumenau e região. Só em Tubarão há duas cervejarias em pleno vapor – a Amante e a Cambirela – e outra deve começar a operar nos próximos meses. E existem também os produtores caseiros, aqueles que fazem a bebida apenas para consumo próprio: cerca de 50 pessoas, por enquanto.

Para o presidente da Associação das Microcervejarias Artesanais de Santa Catarina (Acasc), Carlo Giovanni Lapolli, a região é um exemplo de que a tendência de crescimento do setor não se restringe a locais tradicionais, e já abrange outras cidades do Estado. “É a bebida em ascensão, é a que está na moda. Há várias cervejarias abrindo”, afirma.

Além de estarem ligadas ao seu local de origem, o que não ocorre com as grandes do mercado, as artesanais são bem-vindas na gastronomia, que já se apressou em lançar dicas de harmonização. Para Lapolli, a grande barreira para as pequenas empresas são os impostos. Sem os mesmos incentivos fiscais das grandes cervejarias, as artesanais, que, além disso, usam insumos de melhor qualidade, acabam chegando às prateleiras com preço menos competitivo.

Rafael Amante, dono da Cerveja Amante, diz que o mercado na região deve crescer mais porque o consumidor está começando a conhecer e se interessar pelo produto. Amante iniciou na área fabricando cerveja em casa. Em 2014, o que era hobby se tornou uma empresa, que hoje atende de Tubarão a Florianópolis.

Mas, por estar no começo, o segmento, segundo ele, ainda não é muito lucrativo. “Aqui a gente vende a R$ 9,00, mas na capital o consumidor paga R$ 14,00 sem reclamar. O mercado ainda não tem muito a cultura da cerveja artesanal”, comenta.

Casal trouxe ideia de cervejaria dos Estados Unidos
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Para Maurício Ellwanger, um dos donos da Cervejaria Cambirela, o que há é uma resistência natural do consumidor a um produto novo. Mas ele acredita que o mercado se amplie ainda mais, com a cerveja artesanal se tornando mais conhecida. “O processo é lento, mas é preciso ensinar a consumir o produto. Tem que falar do malte, do lúpulo, do sabor e mostrar o valor da bebida”, diz.
Cerca de 80% da matéria-prima destas cervejas é importada, e a escala de produção costuma ser de pequeno porte – o que acaba encarecendo um pouco o produto. Ellwanger e a mulher Natália Joenck, sua sócia na empresa, conheceram as artesanais nos Estados Unidos. Em uma época em que pouco se falava delas na região, a partir de 2012 começaram a projetar uma cervejaria própria. Quatro anos depois, o casal inaugurava a Cambirela, a qual hoje produz 1,5 mil litros por mês e três tipos de cerveja.

Produtores defendem qualidade das artesanais

“Beber menos e melhor” é um argumento recorrente entre os fabricantes de artesanais para defender a qualidade superior do produto diante das cervejas tradicionais. Para Eduardo Felisbino, sócio-proprietário da Cervejaria Lohn, de Lauro Müller, com o tempo mais pessoas devem aderir à cerveja artesanal: há maior espaço nos pontos de venda e a propaganda boca a boca trata de divulgar os produtos.
Fundada em 2014, a Lohn, que atua, sobretudo no Sul e Sudeste, ano a ano só registra crescimento. Para este ano, Felisbino espera expansão de 70% na comparação com 2016. “O mercado tem onde crescer. É um caminho sem volta”, aposta.

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