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Perfil dos presos em Santa Catarina revela jovens brancos com baixa escolaridade e crimes violentos

Perfil dos presos em Santa Catarina revela jovens com baixa escolaridade e crimes violentos
FOTO Reprodução Notisul

O perfil médio dos presos do sistema penitenciário catarinense é formado majoritariamente por homens jovens, solteiros, brancos, católicos e com baixa escolaridade, segundo levantamento recente divulgado pela Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social (Sejuri).

Atualmente, Santa Catarina possui 28.858 detentos distribuídos em 54 unidades prisionais. Esse contingente é suficiente para ocupar o posto de 54ª maior população municipal no estado, superando cidades como Maravilha (28.251 habitantes).

Tráfico e roubos dominam crimes praticados

Mais da metade dos presos catarinenses está condenada por oito crimes específicos. O tráfico e associação ao tráfico de drogas lideram, representando 18,3%, seguido por roubos (9,62%), furtos (7,18%) e homicídios (6,53%). Crimes sexuais, como estupro, também aparecem em destaque (3,56%).

Para o juiz Rafael de Araújo Rios Schmitt, coordenador do Grupo de Monitoramento e Fiscalização (GMF/TJSC), esses dados são semelhantes aos observados em todo o Brasil, não surpreendendo especialistas:

“O perfil mais comum do preso é homem jovem, entre 18 e 30 anos, com baixa escolaridade e de contextos vulneráveis. Os crimes mais comuns seguem o padrão nacional”, afirma Schmitt.

Sistema prisional catarinense reúne 23 nacionalidades

A diversidade do sistema prisional catarinense chama atenção pela presença de apenados de 23 nacionalidades. Venezuelanos, paraguaios e argentinos formam os grupos mais numerosos, embora estrangeiros representem menos de 0,7% da população carcerária total.

Para o GMF, essa presença variada não aponta necessariamente para enraizamento de organizações criminosas internacionais, mas revela situações pontuais envolvendo estrangeiros aguardando extradição.

Jovens, solteiros e vulneráveis

Dados demográficos revelam que os presos catarinenses têm entre 18 e 40 anos (69,8%), com predominância entre os 21 e 30 anos (35,9%). Solteiros são maioria absoluta (57,6%), seguidos por pessoas em união estável (24%).

Em relação à escolaridade, 38,09% têm apenas ensino fundamental incompleto. Somados ao ensino médio, os dois níveis representam 92% da massa carcerária.

Raça e religião em SC

A maior parte dos apenados em SC é branca (58,9%), seguida por pardos (30,6%) e pretos (8,4%). Religiosamente, os católicos formam o maior grupo (46,2%), seguido por evangélicos (23%).

Desafios do sistema prisional catarinense

Para o desembargador Roberto Lucas Pacheco, presidente do GMF/TJSC, os dados são preocupantes e exigem uma atuação efetiva das autoridades, principalmente com investimentos em educação e reintegração social:

“Temos uma população carcerária jovem, vulnerável socialmente e com baixa escolaridade, facilitando o aliciamento pelo crime organizado. Investir na educação é o caminho mais eficaz para reduzir a criminalidade e afastar os jovens do crime”, conclui Pacheco.

Serviço

Dados populacionais do sistema prisional em SC

  • Total de presos: 28.858 (julho/2025)

  • Maior faixa etária: 21 a 30 anos

  • Crimes predominantes: tráfico, roubos e homicídios

  • Escolas mais comum: fundamental incompleto (38,09%)

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