A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram nesta quarta-feira (14) uma operação para investigar suspeitas de corrupção em um contrato de R$ 196 milhões no Hospital Estadual Materno-Infantil de Criciúma, no Sul de Santa Catarina. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em cidades do estado e também no Paraná. A suspeita é de que a organização social responsável pela gestão da unidade tenha praticado subcontratações ilegais, com indícios de peculato, lavagem de dinheiro e contratação direta irregular.
Contrato investigado vai de 2018 a 2023
O contrato investigado diz respeito ao período entre 2018 e 2023, firmado ainda na gestão anterior do governo estadual. A atual gestão afirma que a organização social (OS) responsável pela administração do hospital já vem sendo fiscalizada desde 2023. A empresa investigada, chamada Ideas, informou que está colaborando com as autoridades e não teve acesso ao inquérito até o momento.
“A empresa continuará à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários, sempre confiante que os fatos serão devidamente esclarecidos”, disse em nota.
PF aponta superfaturamento e empresas ligadas à OS
De acordo com relatório técnico da CGU, a OS teria subcontratado empresas ligadas aos seus próprios dirigentes. Os auditores apontam suspeitas de superfaturamento e vantagens indevidas recebidas por atuais e ex-dirigentes da entidade. A Justiça Federal de Florianópolis foi quem autorizou os mandados.
Os mandados foram cumpridos nas seguintes cidades:
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Florianópolis (7)
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Palhoça (2)
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Biguaçu (2)
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São José (1)
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Criciúma (2)
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Araranguá (1)
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Curitiba/PR (1)
Hospital é referência no atendimento infantil pelo SUS
O Hospital Estadual Materno-Infantil de Criciúma é uma referência em toda a região Sul do estado. Ele conta com 125 leitos, incluindo UTI pediátrica, UCI neonatal, maternidade, centro cirúrgico e atendimento ambulatorial em 21 especialidades. Também mantém um Banco de Leite Humano, importante para recém-nascidos e prematuros.
Denúncias podem ser feitas online
A CGU abriu um canal para receber denúncias relacionadas à operação ou a outras irregularidades. As informações devem ser enviadas pela plataforma Fala.BR, selecionando “Operações CGU” e citando a operação “Templo Vendido” com o nome do estado.