Agropecuária domina os focos de calor
O estudo do Ipam, que utilizou imagens de satélites e dados da Rede MapBiomas, revelou que a maioria dos focos de calor está em áreas relacionadas à agropecuária. Dentre os 2,6 mil focos registrados:
- 1,2 mil focos (44,45%) foram encontrados em perímetros de cultivo de cana-de-açúcar.
- 524 focos (19,99%) estavam em “mosaicos de usos”, onde não é possível distinguir entre pasto e agricultura.
- 247 focos (9,42%) ocorreram em áreas de pastagem.
- 195 focos (7,43%) foram em áreas de silvicultura, soja, citrus, café e outras culturas.
Impacto nas áreas de vegetação nativa
A vegetação nativa sofreu um impacto significativo com 440 focos de calor (16,77% do total). Entre eles, as formações florestais foram as mais atingidas, representando 13,57% dos focos.
Cidades mais afetadas
Cinco cidades concentraram 13,31% dos focos de calor durante o período analisado:
- Pitangueiras: 3,36%
- Altinópolis: 3,28%
- Sertãozinho: 2,4%
- Olímpia: 2,17%
- Cajuru: 2,1%
Todas essas cidades estão situadas próximas a Ribeirão Preto, exceto Olímpia, que faz parte da Região Metropolitana de São José do Rio Preto.
Situação crítica e comparações
Na sexta-feira (23), o número de focos de calor em São Paulo superou o total registrado em todos os estados da Amazônia, o que o Ipam considera uma situação crítica para o estado. Imagens de satélite mostraram colunas de fumaça a cada 90 minutos entre 10h30 e 12h, com um aumento dramático no número de focos de calor, de 25 para 1.886 ao longo do dia.
Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam, descreveu a situação como atípica. “É como se fosse um Dia do Fogo exclusivo para a realidade do estado, evidenciado pela cortina de fumaça simultânea que surge visualmente a oeste”, comparando o evento ao episódio de agosto de 2019, quando incêndios na Amazônia foram provocados por fazendeiros.
Fonte: Agência Brasil