Início Política STF julga Bolsonaro por ligação com atos de 8 de janeiro

STF julga Bolsonaro por ligação com atos de 8 de janeiro

Foto: Marcelo Camargo - Divulgação: Notisul

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete ex-auxiliares, acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de tentar consumar um golpe de Estado no Brasil.

O caso será analisado pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, que vão se debruçar sobre as provas apresentadas durante a instrução do processo.

PGR aponta plano coordenado

Nas alegações finais apresentadas em julho, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação de Bolsonaro e dos demais réus por cinco crimes:

  • liderar ou integrar organização criminosa armada;

  • atentar contra o Estado Democrático de Direito;

  • tentativa de golpe de Estado;

  • dano qualificado por violência;

  • deterioração de patrimônio tombado da União.

Segundo Gonet, os atos violentos de 8 de janeiro de 2023 não foram isolados, mas parte de uma engrenagem planejada para abalar a confiança nas instituições. Para o PGR, Bolsonaro incentivou e alimentou a insatisfação de seus apoiadores desde 2021, ao colocar em dúvida a lisura das eleições e atacar ministros do STF.

O papel de Bolsonaro e aliados

O procurador destacou que mensagens trocadas entre ex-assessores, como o coronel Mauro Fernandes, usavam o termo “churrasco” como código para o golpe. Ele também citou a visita do general Walter Braga Netto ao acampamento em frente ao Quartel-General do Exército dias antes da invasão da Praça dos Três Poderes.

No entendimento da PGR, Bolsonaro foi peça central ao estimular discursos contra as urnas e ao apoiar publicamente os acampamentos em frente a quartéis.

“Esse escalonamento da agressividade discursiva não era episódico nem improvisado. Integrava a execução de plano orientado à corrosão progressiva da confiança pública nas instituições democráticas”, afirmou Gonet.

Defesa rebate acusações

As defesas alegam ausência de provas que liguem diretamente os acusados à depredação de 8 de janeiro. Advogados de Bolsonaro classificam o processo como baseado em um “golpe imaginado” e defendem que não há documentos ou registros que comprovem a participação do ex-presidente nos crimes atribuídos.

Réus no mesmo processo

Além de Bolsonaro, estão no julgamento:

  • Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin);

  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);

  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF);

  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);

  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);

  • Walter Braga Netto (ex-ministro e candidato a vice de Bolsonaro em 2022);

  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens).

As penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

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