O supertelescópio espacial James Webb fez uma descoberta inédita ao captar a primeira imagem direta de um planeta fora do Sistema Solar. O exoplaneta, batizado de TWA 7b, está localizado a cerca de 32 anos-luz da Terra e é considerado leve para os padrões astronômicos, com massa semelhante à de Saturno. A revelação foi publicada nesta quarta-feira (25), na revista científica Nature.
A captura foi feita com a ajuda de uma técnica avançada que bloqueia o brilho da estrela vizinha ao planeta, permitindo que a luz refletida por TWA 7b fosse observada diretamente — algo extremamente difícil, mesmo com os telescópios mais potentes. A equipe de cientistas, liderada por franceses do Observatório de Paris, celebrou a descoberta como um marco na exploração de mundos distantes.
Planeta leve e jovem rodeado por poeira e rochas
O TWA 7b está situado em um sistema solar jovem e chama atenção por sua massa: cerca de 30% da massa de Júpiter, sendo dez vezes mais leve que outros exoplanetas já fotografados. Apesar de parecer grande, ele é considerado pequeno na escala dos gigantes gasosos estudados até agora.
Além disso, o planeta orbita a estrela TWA 7, que está envolta em três anéis concêntricos de poeira e detritos espaciais. Isso sugere que ainda há outros planetas em formação no sistema.
Técnica com “eclipse artificial” foi essencial na descoberta
Para visualizar o exoplaneta, os pesquisadores utilizaram o coronógrafo do telescópio James Webb — um dispositivo que bloqueia a luz da estrela para revelar objetos próximos. Essa técnica permitiu que os astrônomos vissem, pela primeira vez, um planeta tão leve e distante com nitidez.
A estratégia envolveu observar sistemas jovens, onde os planetas recém-formados ainda brilham por causa do calor da formação. Foi assim que o sistema TWA 7 chamou atenção: os cientistas notaram espaços vazios nos anéis de poeira e apostaram que eles indicavam a presença de um planeta oculto.
Próximo passo: encontrar planetas parecidos com a Terra
Segundo os cientistas envolvidos, esta conquista é apenas o começo. O James Webb já se mostrou capaz de detectar mundos com massa semelhante aos planetas do nosso Sistema Solar, e a expectativa é que em breve ele consiga fotografar planetas rochosos parecidos com a Terra.
“Esse avanço abre caminho para estudarmos sistemas planetários que possam abrigar vida”, afirmou Mathilde Malin, da Universidade Johns Hopkins, coautora do estudo.