A Amazon anunciou a aquisição da startup Bee, responsável por uma pulseira inteligente equipada com inteligência artificial capaz de escutar e processar as conversas do usuário em tempo real. O dispositivo, que chega ao mercado por US$ 50, levanta debates sobre privacidade e o futuro dos dispositivos pessoais.
Semelhante às pulseiras fitness populares no mercado, a Bee incorpora microfones e um sistema de IA que transforma interações verbais em dados úteis. O sistema promete realizar resumos de conversas, criar listas de tarefas, enviar lembretes e gerar insights personalizados com base no comportamento diário do usuário.
Mais que uma pulseira
Além de captar áudio ambiente, a Bee pode, mediante autorização, acessar e-mails, contatos, localização, lembretes, fotos e calendário. O objetivo declarado é oferecer um histórico pesquisável de atividades e aprimorar a capacidade de resposta da inteligência artificial.
Segundo informações da própria Amazon, quanto mais dados forem disponibilizados, mais precisa será a atuação do assistente pessoal, permitindo interações cada vez mais personalizadas.
Preocupações com a privacidade
A principal crítica gira em torno da privacidade. O uso contínuo de um dispositivo com escuta ativa, combinado ao poder computacional e ao volume de dados que a Amazon já possui, como hábitos de compra e informações financeiras, acende um alerta entre especialistas em segurança digital.
A ideia de uma big tech ouvindo todos os passos de seus usuários “não é o sonho de privacidade de ninguém”, dizem analistas.
Tendência global entre gigantes da tecnologia
A Bee faz parte de uma corrida crescente pela criação de dispositivos que possam substituir ou complementar o smartphone.
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A Meta, Snap e Apple apostam nos óculos inteligentes como o próximo passo da computação pessoal.
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A OpenAI investiu mais de US$ 6 bilhões no projeto de um novo dispositivo sem tela em parceria com Jony Ive, ex-designer da Apple, embora detalhes sigam em sigilo.
Com a Bee, a Amazon escolhe outro caminho: tecnologia vestível no pulso, voltada à integração total com a vida cotidiana e ao uso de IA em tempo real.
A pulseira ainda não tem data oficial de lançamento global, mas deve estrear nos Estados Unidos ainda em 2025.