Durante os próximos três anos, pesquisadores estudarão o comportamento das baleias. Objetivo é avaliar se a observação embarcada causa impacto.
Imbituba
Com o intuito de avaliar o impacto das embarcações de turismo de observação à baleia-franca, uma pesquisa científica foi iniciada na APA da Baleia-Franca, em Imbituba. Pesquisadores da Udesc, do Projeto Baleia Franca e servidores do ICMBio testaram na praia do Mar Grosso, em Laguna, os equipamentos que serão usados para caracterizar o nível de ruídos subaquáticos produzidos pelas embarcações .
Além do nível de ruídos subaquáticos, a pesquisa, que será realizada durante os próximos três anos, irá avaliar o comportamento das baleias-franca antes, durante e após a aproximação das embarcações, para determinar como a atividade afeta o cotidiano dos animais, que buscam as enseadas da APA da Baleia Franca para terem seus filhotes e os amamentar.
“Como resultados da pesquisa, esperamos verificar se a observação embarcada pode ser realizada sem impactos negativos aos animais, nesse caso poderemos propor um zoneamento espacial, definir a capacidade de carga da atividade de turismo de observação de baleias embarcado (TOBE), rotas, velocidade de navegação das embarcações turísticas na área entre Garopaba e Laguna, de forma a estabelecer critérios que possibilitem assegurar que o turismo embarcado seja realizado de forma sustentável”, explica o professor Pedro Volkmer de Castilho, da Udesc, que coordena a pesquisa.
Turismo de observação embarcada está suspenso desde 2012
O TOBE está suspenso na região da APA da Baleia Franca desde 2012 pela Justiça Federal. Um dos pontos que levou a justiça a proibir a atividade foi justamente a falta de informações referentes aos possíveis impactos provocados às baleias pelas embarcações. Atualmente, o entendimento da procuradoria federal especializada junto ao ICMBio é de que as decisões judiciais mais recentes permitem que o órgão autorize o retorno do TOBE na APA da Baleia Franca, desde que o plano de fiscalização apresentado à justiça pelo instituto seja plenamente cumprido na unidade de conservação. Contudo, a pesquisa proposta é essencial para atestar a viabilidade do TOBE, do ponto de vista da conservação da baleia-franca. “A pesquisa, além da evidente relevância acadêmica tendo em vista a escassez de dados científicos sobre o assunto, subsidiará os gestores da APA para garantir que o TOBE possa ser realizado sem que haja o molestamento das baleias franca, cuja proteção é a principal finalidade da existência desta unidade de conservação”, avalia a chefe da APA da Baleia Franca Cecil Barros, chefe da APA da Baleia Franca.