Integrantes de movimentos sociais se reuniram nas primeiras horas desta quarta-feira, 30 de outubro, em um ato em homenagem à vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, brutalmente assassinados em 2018. A manifestação ocorreu em uma escadaria da Rua Cardeal Arcoverde, no bairro de Pinheiros, onde uma foto em preto e branco de Marielle adorna um dos muros.
Protesto em busca de justiça
O ato coincide com o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados pelo assassinato de Marielle e Anderson, que acontece no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. As famílias das vítimas esperam há mais de seis anos por respostas completas sobre o crime.
Durante o protesto, manifestantes estenderam faixas e entoaram palavras de ordem como:
- “Marielle vive, Marielle viverá. Mulheres negras não param de lutar.”
- “Marielle perguntou, eu também vou perguntar: quantas mais têm que morrer pra essa guerra acabar?”
Girassóis, que se tornaram símbolos da luta por justiça em relação a Marielle, também foram levados para a homenagem.
Luta contínua por justiça
Mara Lúcia, articuladora da Marcha das Mulheres Negras em São Paulo, destacou a importância de lembrar Marielle. “Estamos há seis anos nessa luta por justiça, esperando por esse momento. A Justiça no país funciona de uma forma que exige persistência”, afirmou.
Ela também mencionou que a nomeação de Anielle Franco, irmã de Marielle, como ministra da Igualdade Racial, ajudou a mobilizar forças em busca de um desfecho para o caso. “A Anielle traz representatividade e esperança para nós. É um desafio colocar mulheres negras no poder, mas sempre haverá luta”, disse.
Questões não resolvidas
O coletivo Juntas!, que inclui parlamentares como Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS), também participou da mobilização. Ana Luiza Trancoso, integrante do coletivo, destacou que, apesar do julgamento dos executores, muitas questões permanecem sem resposta, especialmente sobre os mandantes do crime. “É um passo importante, mas precisamos continuar a mobilização”, enfatizou.