Uma análise de satélite revelou que o avião da Voepass, que caiu na última sexta-feira (9) em Vinhedo, voou entre oito e dez minutos sob uma formação de gelo severo. Essa condição climática, considerada de emergência pelo manual da fabricante, pode levar à perda de sustentação e giro da aeronave. As 62 pessoas a bordo morreram no acidente, e as causas estão sob investigação do Cenipa.
Características do gelo severo e impacto no voo
Contribuições do ciclone e fumaça de queimadas
Outros fatores contribuíram para a formação de gelo severo na aeronave, conforme explicou Humberto Barbosa, meteorologista do Lapis. Entre esses fatores, destacam-se a presença de um ciclone extratropical formado sobre o Uruguai e o Rio Grande do Sul, a fumaça das queimadas na Amazônia, que foi levada para o Sudeste, e os ventos fortes de 53 km/h ao longo da rota do voo. Essas condições atmosféricas criaram um ambiente propício para o acúmulo rápido de gelo na aeronave, exacerbando a situação enfrentada pelo ATR 72-500.
Caixa-preta revela últimos momentos do voo
A análise do gravador de voz da cabine, realizada pelo Cenipa, revelou as tentativas desesperadas da tripulação para salvar o avião nos momentos finais do voo. Em uma tentativa de estabilizar a aeronave, o copiloto questionou sobre “dar potência”. Os registros também capturaram gritos e o som do estrondo do impacto nos últimos minutos. Antes da queda, a aeronave sofreu uma perda repentina de altitude, indicando a gravidade da situação enfrentada pela tripulação.