Talvez você ainda não saiba, mas o universo da cerveja vai muito além da tradicional pilsen de sempre. Existem hoje mais de 100 estilos reconhecidos oficialmente, e se a gente levar em conta todas as variações regionais e modernas, esse número pode ultrapassar os 200 estilos. É coisa pra caramba e um mundo inteiro para explorar em goles.
Dentro de tantos estilos, você pode até pensar que tudo começou com a pilsen e que ela abriu caminho para o resto. Mas não foi bem assim. Cada região do mundo criou sua própria escola cervejeira, de acordo com o clima, os ingredientes disponíveis e a cultura local.
Na Inglaterra por exemplo surgiram as Porters, populares entre os trabalhadores dos portos londrinos no século XVIII, e depois as Stouts, uma versão mais robusta e alcoólica da Porter. Já as IPAs (India Pale Ales) nasceram como uma solução prática: os ingleses aumentaram a carga de lúpulo nas Pale Ales para conservá-las durante longas viagens até a Índia. Com isso criaram sem querer um dos estilos mais populares do mundo hoje.
Na Bélgica, a criatividade cervejeira corre solta até hoje. De lá surgiram estilos únicos e icônicos, como as Tripels, fortes, claras e com notas frutadas. As Dubbels, mais escuras, encorpadas e maltadas. As potentes Quadrupels, com alto teor alcoólico, sabores complexos e notas de frutas secas. E as misteriosas Saisons criadas originalmente para matar a sede dos camponeses durante o verão.
Já na Alemanha, o rigor ditava o tom. Por lá reinam as Weissbiers (feitas com trigo), as robustas Bocks (maltadas e alcoólicas), e claro, a tradição milenar moldada pela famosa Lei da Pureza.
Ah, sabe a pilsen, aquela cerveja clarinha e encontrada em tudo quanto é mercado, bar, festa? Existe uma curiosidade bacana sobre ela. Ela foi criada em 1842, na cidade de Pilsner na atual República Tcheca, pela cervejaria Urquell. Seu sucesso foi tão grande que virou sinônimo de “cerveja clara” em muitos países, e daí vem o estilo popular pilsen. Mas isso é história para outro texto…
Com tanta diversidade, é difícil acreditar que não exista uma cerveja que combine com o seu paladar. Tem estilo para quem gosta de dulçor, frutas, acidez, amargor, corpo, leveza, cremosidade. Tem cerveja com pimenta, chocolate, especiarias, café, mel, até com leveduras selvagens que deixam tudo mais funky. Temos até nossa representante nacional: a Catharina Sour, refrescante, frutada e ácida, uma criação 100% brasileira.
Antes do boom das artesanais no país, o brasileiro já tinha um pé fora do lugar comum com as cervejas pretas mais adocicadas, como as Malzbier. Depois vieram as Weiss, que abriram novos caminhos com seus aromas de banana e cravo. E então veio a revolução das artesanais, que trouxeram novas escolas, novos estilos e, principalmente, curiosidade líquida.
Hoje, as IPAs dominam o cenário. E dentro desse estilo há um universo à parte. As Session IPAs, mais leves, as New England IPAs (hype até pouco tempo), turvas e frutadas, as Imperial IPAs, potentes e amargas e até versões com adição de frutas ou fermentação selvagem.
Aproveitando a temporada de frio, é impossível não lembrar dos estilos escuros, que trazem mais corpo e calor para o copo. Entre elas, brilham as Russian Imperial Stouts (RIS) cervejas intensas, alcoólicas, muitas vezes envelhecidas em barris e com adição de ingredientes como chocolate, baunilha, coco, frutas vermelhas, entre outros.
E que tal uma Barleywine? Um verdadeiro “vinho de cevada”, encorpado e alcoólico, perfeito para beber com calma, estilo incrível, cabe bem envelhecido em barris de whisky e vinho. Ou uma Doppelbock, a “matriarca” das lagers escuras, criada por monges na Alemanha para sustentar jejuns. E as Sours? Família inteira dedicada à acidez das belgas Lambics (fermentadas espontaneamente) às modernas Berliner Weisse com fruta.
A lista não tem fim. E essa é a beleza, cerveja boa não tem rótulo fixo. O que ela precisa mesmo é de três ingredientes: mente aberta, copo limpo e curiosidade.
Convite especial
Se você está querendo entender melhor esse universo ou se já é fã declarado, fica aqui um convite especial: no dia 19 de julho, a partir das 13h, o Maltados — o primeiro tap station de cervejas artesanais de Tubarão — celebra 8 anos de história com um evento que é a cara da boa cerveja: alegre, descontraído e cheio de sabor.
Vai ter uma seleção generosa de estilos para provar, descobrir e se apaixonar. Tudo isso ao som de três bandas de rock, com brinquedos para as crianças, muita conversa boa, risadas soltas e aquele clima que mistura bar, rua e família como só o Maltados sabe fazer.
Um sábado para brindar, aprender e aproveitar. O melhor? Aberto ao público.
A pedida perfeita para curtir um sábado na rua, com sol, entre amigos, família e o sorriso garantido.
E mais uma vez, saúde e até o próximo gole!