IMAGEM Gregori Flauzino Divulgação, Notisul
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O Governo de Criciúma, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Epidemiológica, implementou o Plano de Contingência para Esporotricose, que reúne diretrizes, fluxos de atendimento, responsabilidades e um canal exclusivo de comunicação para garantir resposta emergencial, vigilância constante, diagnóstico e tratamento da zoonose, uma infecção causada por fungos e transmitida principalmente por gatos, mas que também afeta humanos.
A iniciativa articula setores como Núcleo de Bem-Estar Animal (Nubea), Vigilância Sanitária, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e as unidades da rede municipal de saúde, padronizando procedimentos para reduzir e conter a transmissão da doença.
O secretário de Saúde, Deivid Freitas Floriano, destaca a urgência das medidas.
“Diante dos sinais de alerta, organizamos uma resposta rápida, técnica e responsável. Nosso compromisso é proteger a população, garantir cuidado adequado aos animais e assegurar que cada caso seja acompanhado com rigor, atenção e informação de qualidade”, afirma.
Casos confirmados e regiões afetadas
Nos últimos 12 meses, Criciúma registrou:
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7 casos confirmados em gatos
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2 casos em humanos
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Homem de 26 anos – recuperado
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Mulher de 60 anos – em tratamento
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As ocorrências em felinos se concentraram nos bairros:
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São Luiz
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Fábio Silva
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Nova Esperança
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Rio Maina
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Santa Luzia
Ações emergenciais e protocolo de atendimento
A Secretaria de Saúde passou a disponibilizar gratuitamente as medicações antifúngicas para tratamento de animais diagnosticados, tanto de tutores quanto sob cuidado do CCZ. O tratamento é longo e exige acompanhamento contínuo.
Floriano reforça:
“Uma das ações do plano é garantir acesso imediato aos insumos medicamentosos. Um dos pacientes humanos notificados já concluiu o tratamento com cura, e nosso foco agora é evitar novos contágios e intensificar o cuidado aos animais.” 
Atualmente, 15 agentes de endemias atuam exclusivamente na resposta à esporotricose, realizando:
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busca ativa;
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visitas domiciliares;
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triagem de tutores;
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início do tratamento para animais com suspeita, antes mesmo do laudo do Lacen/SC.
O que fazer em caso de suspeita
Segundo Andréa Goulart de Oliveira, gerente de Vigilância em Saúde, as orientações são as seguintes:
Para animais (gatos):
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procurar um veterinário de confiança ou o Centro de Zoonoses;
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realizar notificação e coleta de material;
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seguir medidas de isolamento e iniciar o tratamento.
As amostras são encaminhadas ao Lacen/SC, em Florianópolis.
Para humanos:
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procurar uma Unidade Básica de Saúde;
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seguir orientações médicas e da Vigilância Epidemiológica;
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amostras também são enviadas ao Lacen/SC.
Canal oficial via WhatsApp facilita denúncias e suspeitas
Como parte das ações do plano, a Secretaria disponibilizou um canal exclusivo via WhatsApp:
(48) 99164-5295
A população pode enviar foto do animal com localização ou endereço. A triagem é feita por uma médica veterinária.
Floriano explica:
“Disponibilizamos esse meio direto para auxiliar na identificação correta e assertiva, permitindo que as equipes se desloquem ao local. A área com maior concentração de casos é a Grande Santa Luzia.”
O que é a esporotricose?
A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix schenckii.
Transmissão:
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contato com solo, plantas e matéria orgânica contaminada;
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arranhões, mordidas ou secreções de gatos infectados.
Sintomas em humanos:
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lesões avermelhadas;
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nódulos que podem ulcerar;
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feridas persistentes nos braços, mãos ou pernas.
Sintomas em gatos:
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ferimentos que evoluem para lesões profundas em rosto, focinho e membros.
Prevenção:
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uso de luvas ao manusear plantas e terra;
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evitar contato direto com secreções de animais suspeitos;
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buscar diagnóstico imediato.
A doença tem cura. O tratamento dura, em média, 3 a 6 meses, com medicamentos antifúngicos fornecidos pelo SUS.