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Criciúma desenvolve Plano de Contingência para esporotricose e reforça ações de vigilância, diagnóstico e tratamento

IMAGEM Gregori Flauzino Divulgação, Notisul

Tempo de leitura: 5 minutos

O Governo de Criciúma, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Epidemiológica, implementou o Plano de Contingência para Esporotricose, que reúne diretrizes, fluxos de atendimento, responsabilidades e um canal exclusivo de comunicação para garantir resposta emergencial, vigilância constante, diagnóstico e tratamento da zoonose, uma infecção causada por fungos e transmitida principalmente por gatos, mas que também afeta humanos.

A iniciativa articula setores como Núcleo de Bem-Estar Animal (Nubea), Vigilância Sanitária, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e as unidades da rede municipal de saúde, padronizando procedimentos para reduzir e conter a transmissão da doença.

O secretário de Saúde, Deivid Freitas Floriano, destaca a urgência das medidas.
Diante dos sinais de alerta, organizamos uma resposta rápida, técnica e responsável. Nosso compromisso é proteger a população, garantir cuidado adequado aos animais e assegurar que cada caso seja acompanhado com rigor, atenção e informação de qualidade”, afirma.

Casos confirmados e regiões afetadas

Nos últimos 12 meses, Criciúma registrou:

  • 7 casos confirmados em gatos

  • 2 casos em humanos

    • Homem de 26 anos – recuperado

    • Mulher de 60 anos – em tratamento

As ocorrências em felinos se concentraram nos bairros:

  • São Luiz

  • Fábio Silva

  • Nova Esperança

  • Rio Maina

  • Santa Luzia

Ações emergenciais e protocolo de atendimento

A Secretaria de Saúde passou a disponibilizar gratuitamente as medicações antifúngicas para tratamento de animais diagnosticados, tanto de tutores quanto sob cuidado do CCZ. O tratamento é longo e exige acompanhamento contínuo.

Floriano reforça:
Uma das ações do plano é garantir acesso imediato aos insumos medicamentosos. Um dos pacientes humanos notificados já concluiu o tratamento com cura, e nosso foco agora é evitar novos contágios e intensificar o cuidado aos animais.”

Atualmente, 15 agentes de endemias atuam exclusivamente na resposta à esporotricose, realizando:

  • busca ativa;

  • visitas domiciliares;

  • triagem de tutores;

  • início do tratamento para animais com suspeita, antes mesmo do laudo do Lacen/SC.

O que fazer em caso de suspeita

Segundo Andréa Goulart de Oliveira, gerente de Vigilância em Saúde, as orientações são as seguintes:

Para animais (gatos):

  • procurar um veterinário de confiança ou o Centro de Zoonoses;

  • realizar notificação e coleta de material;

  • seguir medidas de isolamento e iniciar o tratamento.

As amostras são encaminhadas ao Lacen/SC, em Florianópolis.

Para humanos:

  • procurar uma Unidade Básica de Saúde;

  • seguir orientações médicas e da Vigilância Epidemiológica;

  • amostras também são enviadas ao Lacen/SC.

Canal oficial via WhatsApp facilita denúncias e suspeitas

Como parte das ações do plano, a Secretaria disponibilizou um canal exclusivo via WhatsApp:

(48) 99164-5295

A população pode enviar foto do animal com localização ou endereço. A triagem é feita por uma médica veterinária.

Floriano explica:
Disponibilizamos esse meio direto para auxiliar na identificação correta e assertiva, permitindo que as equipes se desloquem ao local. A área com maior concentração de casos é a Grande Santa Luzia.”

O que é a esporotricose?

A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix schenckii.

Transmissão:

  • contato com solo, plantas e matéria orgânica contaminada;

  • arranhões, mordidas ou secreções de gatos infectados.

Sintomas em humanos:

  • lesões avermelhadas;

  • nódulos que podem ulcerar;

  • feridas persistentes nos braços, mãos ou pernas.

Sintomas em gatos:

  • ferimentos que evoluem para lesões profundas em rosto, focinho e membros.

Prevenção:

  • uso de luvas ao manusear plantas e terra;

  • evitar contato direto com secreções de animais suspeitos;

  • buscar diagnóstico imediato.

A doença tem cura. O tratamento dura, em média, 3 a 6 meses, com medicamentos antifúngicos fornecidos pelo SUS.

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