IMAGEM Divulgação Notisul
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Uma força-tarefa envolvendo o Governo de Criciúma, o 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e diversos setores da Administração Municipal resultou na fiscalização de 31 estabelecimentos e na prisão de três pessoas em flagrante, na quinta-feira (27). A ação, chamada “Operação Fio Desencapado”, teve como foco o combate à receptação e ao comércio ilegal de fios de cobre, cabos e materiais de origem ilícita.
Participaram da operação equipes da PM, da Prefeitura, da Casan, da Celesc e de uma empresa de telefonia móvel. Entre os locais vistoriados estavam ferros-velhos, depósitos de sucata e pontos comerciais correlacionados.
Segundo o balanço divulgado, foram apreendidos diversos materiais furtados, incluindo cerca de 150 kg de fios de cobre, cabos condutores, quatro hidrômetros e 14 aves silvestres, configurando crime ambiental.
Prefeito reforça combate ao mercado ilegal
O prefeito Vagner Espindola ressaltou que a ação busca frear a receptação, prática que alimenta furtos e prejuízos à população.
“Essa é uma ação integrada com as nossas forças de segurança e toda a equipe de fiscalização da Prefeitura, com o objetivo de coibir quem compra materiais furtados e alimenta esse tipo de crime. Criciúma valoriza o empreendedor que trabalha dentro da lei, mas quem insiste na receptação ilegal precisa entender que não há espaço para isso aqui”, afirmou.
Irregularidades administrativas ultrapassam 80%
A operação ocorreu em três fases e priorizou locais suspeitos de adquirir fios e metais furtados. Dos 31 estabelecimentos fiscalizados, 25 estavam sem alvará, representando 80,6% de irregularidade administrativa.
Foram emitidas 39 notificações por acúmulo de lixo, água parada, riscos de proliferação de mosquitos, ausência de licenças, alvará vencido e descumprimento de normas municipais.
Além das irregularidades administrativas, houve cinco ocorrências criminais, incluindo:
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2 prisões por receptação
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1 prisão por furto de energia elétrica
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2 Termos Circunstanciados por crimes ambientais
PM reforça que receptação alimenta o ciclo do crime
O comandante do 9º BPM, tenente-coronel Mário Luiz Silva, destacou que a operação representa o início de uma série de ações para desarticular a cadeia criminosa.
“O ladrão de fios só existe porque alguém compra, e por isso nosso foco é desarticular esse mercado ilegal. A atuação integrada nos permitiu recuperar materiais furtados e prender criminosos que mantêm esse ciclo. Esta ação não termina aqui: ainda este ano vamos repetir a operação”, afirmou.
Criciúma estuda novas medidas de controle
Com o resultado da força-tarefa, o município estuda implementar novas exigências legais, como:
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instalação obrigatória de câmeras externas em ferros-velhos;
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compartilhamento das imagens com as forças de segurança;
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atualizações nas normas de funcionamento de depósitos de sucata e recicláveis.
A integração entre PM, prefeitura e concessionárias permitiu uma fiscalização completa, com análise simultânea de normas ambientais, sanitárias, de posturas e de licenciamento.
