O Rio de Janeiro volta a ser palco das grandes decisões globais neste domingo (6) e segunda-feira (7), ao sediar a Cúpula do Brics 2025. O encontro reúne 11 países-membros e 10 parceiros sob a presidência rotativa do Brasil, com temas como clima, governança global e inteligência artificial em destaque.
Brics amplia presença global e inclui novos países
Desde sua criação em 2006 com Brasil, Rússia, Índia e China, o Brics evoluiu significativamente. Em 2011, a África do Sul foi incorporada, e em 2024, outros cinco países se tornaram membros: Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A Indonésia juntou-se ao grupo em 2025.
Hoje, o Brics conta com 11 membros e 10 países-parceiros — estes últimos têm direito a participar dos encontros, mas sem poder de voto. A modalidade “parceiro” foi criada na Cúpula de Kazan, em 2024.
Entre os parceiros estão Bolívia, Cuba, Malásia, Vietnã e Uzbequistão. Ao todo, mais de 30 nações já manifestaram interesse em integrar o bloco.
O que está em pauta na Cúpula 2025
Sob a liderança brasileira, a agenda da cúpula deste ano inclui:
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Cooperação em saúde global
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Comércio, investimento e finanças
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Combate às mudanças climáticas
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Inteligência artificial
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Paz e segurança internacional
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Reformas institucionais no Brics
A expectativa é de que os líderes aprovem um comunicado conjunto com diretrizes para fortalecer a atuação do bloco no cenário internacional.
Papel do Brics na economia e energia mundial
Atualmente, os países do Brics representam:
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39% do PIB mundial
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48,5% da população do planeta
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23% do comércio global
O grupo também detém 43,6% da produção mundial de petróleo, 36% de gás natural e 72% das reservas de terras raras — elementos fundamentais para tecnologias de ponta e energia limpa.
Banco do Brics e fundo emergencial
Criado em 2015, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), com sede em Xangai, já aprovou 120 projetos e cerca de US$ 39 bilhões em financiamentos. A ex-presidente Dilma Rousseff foi reeleita para comandar a instituição em 2025.
Outro instrumento do grupo é o Arranjo Contingente de Reservas (ACR), que disponibiliza até US$ 100 bilhões em reservas internacionais para apoiar membros com dificuldades econômicas.
Brasil em destaque no cenário global
O Brasil, que já sediou a cúpula em Brasília (2010 e 2019) e Fortaleza (2014), volta a liderar o encontro internacional, após ter recebido o G20 em 2024 no mesmo local: o Museu de Arte Moderna (MAM), no Parque do Flamengo.
Em 2026, a presidência rotativa passará para a Índia.