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EU ESPERANCIO, TU ESPERANCIAS… ELES… Ah, eles…

Esta semana, tivemos um encontro encantador e surpreendente na Escola de Educação Básica Dr. Paulo Carneiro, no município de Pescaria Brava, distante poucos quilômetros de minha cidade, Tubarão, SC.

Na chegada, fui recebida por duas personagens: Anita Garibaldi, a indômita guerreira da obra O Livro de Anita, e a pequena Catarina, personagem do meu livro Sua Majestade: Donna Locomotiva.

Por um momento, fiquei presa no tempo, encantada com as representações perfeitas, retornando somente após ouvir a voz da diretora, que gentilmente me dava as boas-vindas, junto das orgulhosas figuras ao seu lado.

Em seguida, vieram as professoras responsáveis pelo projeto pedagógico, o pessoal dos serviços gerais, da copa — todos, sim, TODOS os profissionais da escola nos receberam, honrados com a visita de uma escritora em sua escola. Um acolhimento carregado de emoção, repleto de alegria e orgulho, especialmente por parte dos alunos, que aguardavam ansiosos.

Fui conduzida pela diretora e pela professora Raquel, idealizadora do Projeto Pedagógico e das demais professoras até a sala de autógrafos. Ali estavam todos os trabalhos realizados no último ano com o meu livro sobre a Ferrovia Tereza Cristina e o Museu Ferroviário, além de O Livro de Anita, sobre a icônica guerreira catarinense, Anita Garibaldi. Os trabalhos interdisciplinares mostravam a potência de um projeto pedagógico bem planejado e estruturado. Direção e equipe pedagógica viajaram pelos trilhos e pela história da ferrovia, explorando, com seus alunos, cada estação com riqueza de detalhes: desceram para visitar igrejas, museus, portos, casarios — tudo retratado e estudado com esmero.

Cultura, história e geografia se entrelaçaram, valorizando inclusive as riquezas do município por meio dos saberes e fazeres de seus moradores. Confesso que não queria sair daquela sala — mas ainda havia muito por vir.

E veio. No refeitório, acomodados confortável e afetivamente, me aguardavam: Marcelo, secretário de Educação, com sua equipe; os alunos, com seus familiares. Ali, apresentei minha produção literária, a motivação de cada obra e meu processo criativo, como havia sido solicitado. Emocionei-me duas ou três vezes, pois é comum falar para os alunos, mas ali estavam as pessoas pelas quais tenho o maior apreço nesta caminhada literária: os profissionais da educação; os pais — que são os maiores mediadores da leitura na infância —; e os alunos, que já levantavam os braços, ansiosos para fazer suas perguntas, algumas trazidas em tiras de papel que balançavam, seja pelo nervosismo, seja pela alegria de terem sido escolhidos.

Eu queria abraçar cada criança que parava no meio da pergunta, demonstrando esse nervosismo típico de quem está diante de alguém que admira e respeita. Senti tudo isso — e muito mais. Tudo isto que relato para vocês, queridos leitores, é para destacar que essa experiência reforçou minha crença.

Reforçou minha crença na importância de projetos pedagógicos bem planejados e na magia da literatura como ponte de conexão e transformação.

Depois do bate-papo, fomos para a sala de autógrafos, onde a participação da família teve seu ponto alto. Fotos com a autora e o contato com a próxima etapa do projeto. Quando pensávamos que o evento caminhava para o fim, eis a próxima surpresa: um café colonial preparado por inúmeras mãos. Mãos unidas — e um grande banquete, inclusive na cesta que ganhei, repleta de produtos típicos da região. O café, com produção caseira e artesanal; a toalha, que continha declarações de amor para cada convidado, por meio das palavras escritas e desenhadas — tudo exalava um aroma verdadeiramente típico: ENTREGA E AMOR.

Ainda durante o café, aproveitando a presença do secretário de Educação — que ficou conosco até o final —, falamos sobre a importância de ações efetivas para aproximar as crianças dos livros, num momento em que as telas estão ocupando um tempo muito acima do recomendado na vida de nossos pequenos.

Não foi um encontro somente literário; foi um encontro que revelou uma diretora chamada Thaís, completamente dedicada à gestão de sua escola, que conta com um canto de leitura ativo em cada sala; uma equipe totalmente alinhada com a proposta pedagógica; um secretário atento às demandas; e, finalmente, famílias e alunos detentores de uma alegria e orgulho contagiantes.

Este encontro me fez levitar em alguns momentos e sintonizar com a energia que minha professora Juliana Pádua que nos provoca em cada aula, dando ênfase à leveza, à brincadeira e à esperança. Eu vivi a esperança naquela escola, naquele projeto, naquele instante, onde nada se mostrou mais importante do que cada aluno, cada livro, cada leitura — com seus ricos desdobramentos.

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