Nesta quinta-feira, 22 de agosto, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina sediou a primeira conferência estadual focada na conscientização sobre as necessidades e direitos de crianças e adolescentes com altas habilidades e superdotação (AHSD). O evento, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, reuniu educadores, psicólogos, gestores públicos, familiares de superdotados e profissionais da saúde e educação, com o objetivo de ampliar o entendimento sobre o tema no cenário educacional catarinense.
Fundação Catarinense de Educação Especial destaca importância do tema
Durante a abertura do evento, Geane Probst Leite, presidente da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), destacou a urgência de disseminar informações sobre altas habilidades e superdotação, ressaltando que muitas crianças enfrentam desafios graves, como bullying e tentativas de suicídio, devido à falta de identificação e apoio adequado. A FCEE possui um núcleo especializado em AHSD há 20 anos, com 39 polos regionais atendendo 900 jovens na rede estadual de ensino. O processo de identificação pode levar até seis meses e envolve a colaboração de universidades.
Santa Catarina tem grande potencial para identificação de superdotados
O Censo Escolar de 2019 registrou 1.139 estudantes com AHSD em Santa Catarina, mas estima-se que o número real possa chegar a 60 mil, seguindo o padrão mundial. A identificação e o desenvolvimento dessas habilidades são essenciais para que esses jovens possam expressar seu potencial em áreas como raciocínio lógico, liderança, psicomotricidade e artes.
Mitos sobre superdotação e a necessidade de apoio adequado
A psicóloga Angela Magda Rodrigues Virgolim, palestrante da conferência e especialista em inteligência e superdotação, abordou os mitos que cercam o tema. Ela enfatizou que o apoio e a estimulação são cruciais para o desenvolvimento adequado dos jovens com AHSD. Angela também destacou a importância de um currículo que atenda às necessidades desses alunos, conforme garantido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996).
A efetivação dos direitos desses jovens ainda depende da homologação do Parecer 51/2023 do Conselho Nacional de Educação, que estabelecerá diretrizes claras para o atendimento escolar dessa população.