A crise nas lavouras de cana-de-açúcar no interior de São Paulo, já severamente afetadas pela seca desde abril, foi agravada pela recente onda de incêndios que atingiu a região. O fogo destruiu tanto a cana que estava pronta para colheita quanto as rebrotas, essenciais para a próxima safra. As perdas resultantes irão elevar os custos de renovação das plantações, reduzir a produtividade e podem impactar os preços do açúcar e etanol no mercado.
Onda de incêndios atinge 144 municípios
No último final de semana, uma onda de incêndios devastou 144 municípios no interior de São Paulo, causando perdas estimadas em R$ 1 bilhão para a agricultura e pecuária. As consequências mais graves incluem 48 municípios em alerta máximo para queimadas, 3.837 propriedades rurais atingidas, com plantios de cana, frutas e seringueiras destruídas, além da carbonização de animais de criação, como bois e vacas.
Seca já causava perdas antes dos incêndios
Desde o início da safra, em abril, a falta de chuvas já vinha causando uma queda significativa na produção de cana-de-açúcar em São Paulo. A previsão inicial de 420 milhões de toneladas foi reduzida para 370 milhões de toneladas, uma queda de 12%. A seca também comprometeu a qualidade da cana, reduzindo sua quantidade de açúcar e dificultando a produção de açúcar e etanol.
Incêndios aumentam pressão sobre preços
Os incêndios, combinados com a seca prolongada, aumentaram a pressão sobre os preços do açúcar e etanol. Na bolsa de Nova York, os contratos futuros de açúcar bruto subiram 3,5% logo após os incêndios. A expectativa é que os impactos ao consumidor sejam sentidos nos próximos 15 a 20 dias, com o aumento nos preços do etanol nas bombas de combustível.