O governo federal propôs ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para até R$ 5 mil mensais a partir de 2026, mas descartou a correção total da tabela. A proposta foi enviada ao Congresso Nacional em março e foi discutida nesta terça-feira (20) durante uma audiência pública com o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto. Segundo ele, corrigir toda a tabela do IR custaria mais de R$ 100 bilhões por ano — valor que o governo diz não poder arcar.
Faixa de isenção aumentaria e 10 milhões seriam beneficiados
A proposta prevê:
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Isenção total para quem ganha até R$ 5 mil por mês;
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Redução parcial do imposto para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil;
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Sem mudanças para quem ganha acima de R$ 7 mil.
Com isso, cerca de 10 milhões de brasileiros deixariam de pagar Imposto de Renda, segundo o governo.
Tabela do IR está defasada há quase três décadas
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a tabela atual do IR está defasada em mais de 150% desde 1996. A defasagem é medida pela inflação acumulada, que não tem sido considerada nas atualizações da tabela nos últimos anos.
Super-ricos serão taxados para compensar perdas
Para equilibrar a perda de arrecadação provocada pela nova faixa de isenção, o governo propõe:
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Taxar rendas mensais acima de R$ 50 mil;
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Estabelecer um teto para cobrança sobre dividendos: até 34% para empresas e até 45% para instituições financeiras.
Segundo Marcos Pinto, o foco é fazer uma reforma “neutra” do IR, que beneficie a base da população sem comprometer o orçamento federal.