
Os equipamentos usados no balão que caiu em Praia Grande (SC), no último sábado (21), estão sendo periciados pela Polícia Civil. O acidente aéreo deixou oito pessoas mortas e outros 13 sobreviventes. O foco da investigação agora é o maçarico e o extintor de incêndio, que podem esclarecer a origem das chamas que tomaram conta da aeronave poucos minutos após a decolagem.
O piloto relatou que o fogo começou a partir do maçarico, que estava no piso do cesto, e que o extintor falhou ao ser acionado. Os depoimentos dos sobreviventes confirmam essa versão.
Reconstituição e análises técnicas já estão em andamento
Na quinta-feira (26), os investigadores fizeram uma reconstituição baseada no depoimento do piloto, refazendo os quatro minutos entre a decolagem e a queda. O maçarico, localizado nas buscas, era usado para reacender a chama do balão se necessário.
“Essa era a última peça que faltava para compor o cenário do acidente”, afirmou o delegado Rafael Chiara.
Além da perícia nos equipamentos, o inquérito inclui a análise dos destroços do balão e de imagens feitas durante o acidente. Até agora, mais de 20 pessoas foram ouvidas, entre elas o piloto e o dono da empresa responsável pelo balão.
MP cobra explicações e destaca falta de regulamentação
O Ministério Público de SC deu 10 dias para a empresa responsável pelo balão se manifestar sobre as circunstâncias do acidente. O caso reacendeu o debate sobre a falta de regulamentação técnica para o balonismo turístico no Brasil.
Atualmente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) regula apenas o balonismo desportivo, sem regras específicas para voos turísticos com cobrança.
O que se sabe sobre o acidente até agora
Segundo a Polícia Civil, o balão decolou com 21 pessoas e começou a pegar fogo ainda no início do voo. Veja o que foi apurado:
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O extintor de incêndio falhou no momento da emergência;
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O piloto e parte dos passageiros pularam antes da explosão;
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Quatro vítimas morreram após pular de cerca de 45 metros;
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Outras quatro morreram carbonizadas dentro do cesto;
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A empresa Sobrevoar suspendeu suas atividades e diz seguir normas da Anac.
Quem são as vítimas
A tragédia vitimou oito pessoas:
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Leandro Luzzi, 33 anos
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Leane Elizabeth Herrmann, 70 anos
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Leise Herrmann Parizotto, 37 anos
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Janaina Moreira Soares da Rocha, 46 anos
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Everaldo da Rocha, 53 anos
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Fabio Luiz Izycki, 42 anos
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Juliane Jacinta Sawicki, 36 anos
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Andrei Gabriel de Melo, 34 anos