Com a chegada de maio, cresce a movimentação nos ranchos de pesca em Santa Catarina para a aguardada safra da tainha 2025. Pescadores, colônias e comunidades litorâneas se organizam para o início da temporada, que representa muito mais do que uma atividade econômica: é parte viva da cultura e do sustento das famílias da região. Técnicos e pescadores acompanham de perto as condições do clima, enquanto o governo estadual tenta reverter no STF uma cota imposta pelo Governo Federal que afeta somente Santa Catarina.
Condições do mar animam pescadores artesanais
Com apoio técnico da Epagri, expectativa é repetir boa safra do ano passado
As condições climáticas, como a temperatura da água e a formação dos ventos sul, estão sendo monitoradas com atenção. Esses fatores são essenciais para que os cardumes se aproximem da costa, especialmente na pesca artesanal com canoas de praia. Segundo Tiago Bolan Frigo, secretário estadual da Aquicultura e Pesca, já foram avistados cardumes em pontos do litoral catarinense, o que aumenta o otimismo dos pescadores.
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Clima favorável à pesca artesanal
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Cardumes já observados no litoral
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Incentivos como desconto no óleo diesel ajudam embarcações
SC contesta no STF limitação exclusiva aos pescadores catarinenses
Governo estadual vê cota federal como medida discriminatória
O governo de Santa Catarina entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a cota de pesca imposta pelo Governo Federal. A limitação vale apenas para embarcações artesanais do estado. A ação aguarda decisão do ministro Gilmar Mendes. Segundo Frigo, a medida é considerada inconstitucional, pois afeta apenas os pescadores catarinenses, excluindo profissionais de outros estados.
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Ação judicial foi movida pela PGE
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Cota imposta é vista como arbitrária
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Insegurança jurídica gera apreensão entre pescadores
Tradição cultural é destaque no litoral catarinense
Pesca artesanal da tainha é reconhecida como patrimônio cultural estadual
A pesca da tainha é mais do que trabalho: é herança cultural que atravessa gerações. A prática do “lanço” com canoas na praia envolve organização coletiva e sabedoria passada entre famílias. Reconhecida por lei desde 2019 como Patrimônio Cultural do Estado de Santa Catarina, essa atividade fortalece os laços comunitários e valoriza saberes tradicionais.
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Reconhecimento legal desde 2019
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Forte identidade cultural das comunidades
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Cooperação e divisão de tarefas entre pescadores
Datas de pesca variam conforme a técnica usada
Cada modalidade possui um período específico autorizado para a captura
As regras da pesca da tainha em 2025 seguem portaria do Ministério da Pesca e do Meio Ambiente. As datas de liberação variam conforme a técnica utilizada:
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Arrasto de praia: 1º de maio a 31 de dezembro
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Emalhe anilhado: 15 de maio a 31 de julho
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Emalhe de superfície (até 10AB): 15 de maio a 15 de outubro
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Emalhe de superfície (acima de 10AB): 15 de maio a 31 de julho
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Cerco/traineira: 1º de junho a 31 de julho
Com estrutura comunitária forte, clima favorável e mobilização política, a safra da tainha promete movimentar o litoral catarinense com fartura, cultura e resistência.