Administração do Santa Teresinha aguarda repasse de R$ 300 mil do governo do Estado

Willian Reis
Braço do Norte
A administração do Hospital Santa Teresinha, em Braço do Norte, espera receber ainda hoje os recursos do governo do Estado para colocar em dia o pagamento dos funcionários, em greve desde sábado à noite. São cerca de R$ 300 mil que a instituição aguarda.
Caso o repasse seja feito até o meio-dia, a transferência aos funcionários pode ocorrer ainda hoje. A paralisação no Santa Teresinha ocorre porque os 128 trabalhadores ainda não receberam o salário do mês de dezembro. “Independentemente da greve, nossa preocupação com isso já existia. Estamos desde o início correndo atrás do dinheiro”, alerta o gerente administrativo do hospital, Edvan Della Giustina.
Com a paralisação, apenas 30% do efetivo está trabalhando, mas apenas para atender os casos de urgência e emergência. De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Tubarão e Região, Denise Matos de Freitas, enquanto o salário de dezembro não foi pago, a greve dos funcionários continua.
Na quinta-feira, o Santa Teresinha recebeu R$ 40 mil da prefeitura de Grão-Pará pelos honorários médicos. Mas, por se tratar da chamada verba carimbada, que já tem destinação pré-estabelecida, não pode ser usada, por exemplo, para quitar os salários atrasados. A mesma prefeitura deve agora R$ 190 mil para o hospital.
A presidente do sindicato afirma que o salário em outro hospital, o Santa Otília, em Orleans, também está atrasado, mas que a situação deve ser normalizada ainda hoje. Os funcionários decidiram aguardar o pagamento, em vez de partir para a greve.
Em Laguna, no Hospital Senhor Bom Jesus dos Passos, o que ainda não foi efetuado é o pagamento do 13º salário. A direção prometeu fazer o repasse até o fim de janeiro (hoje), mas, em reunião com funcionários ontem de manhã, informou que o pagamento só poderia ser feito nos primeiros dias de fevereiro.
Até o momento, o hospital pagou R$ 38 mil em 13º salário, de um total de R$ 284 mil. Para quitar a parcela restante, a direção teve de fazer um empréstimo à Caixa Econômica Federal.
Inauguração de UTI, em Laguna, provoca polêmica
No final de semana, o hospital de Laguna esteve no centro de uma polêmica, após uma funcionária ter publicado em seu perfil, no Facebook, que equipamentos a serem empregados na UTI estavam se deteriorando por falta de uso. Em seu texto, a médica Silvia Abreu afirma que a unidade só entraria em funcionamento depois do credenciamento dos leitos no Ministério da Saúde.
Silvia conta que houve uma reunião no hospital em que foi informado que, para funcionar, a UTI precisaria passar por uma reforma da rede elétrica, antes do pedido de credenciamento. Segundo ela, por ser um hospital filantrópico, a instituição não dependeria exclusivamente da liberação do Ministério da Saúde, e sim de uma autorização da Vigilância Sanitária estadual. Diz ainda que a UTI poderia usar uma rede elétrica feita recentemente para outro setor da instituição.
“Os equipamentos estão chegando desde novembro. Estão lacrados, mas não me deram previsão de quando vão ser usados. A climatização chegou há três anos e nunca foi testada. Como são eletrônicos, podem se deteriorar por causa da maresia e da umidade, que é alta aqui em Laguna”, reclama Silvia.
Para a médica, a UTI poderia atender pacientes particulares e de convênios. No caso do SUS, a cobrança dos atendimentos, segundo ela, poderia ser feita judicialmente, até o credenciamento dos leitos pelo Ministério da Saúde.
A presidente do hospital, Regina Ramos dos Santos, contesta as denúncias. Ela afirma que a maioria dos equipamentos já foi comprada e está armazenada de forma adequada. Acrescenta que, para o credenciamento, falta reformar a rede elétrica de todo o prédio. “A adequação deve começar em fevereiro, mas não tenho prazo de quando vai terminar. Vai custar cerca de R$ 350 mil”, diz.
Regina defende que o atendimento na UTI seja prioritário aos pacientes do SUS. “Para isso é preciso o credenciamento. Ele vai garantir verba federal para a unidade”, afirma. Conforme a presidente, esta fase, junto ao governo federal, só tem início depois de vistoria do Estado.