Foto: F1/Divulgação/Notisul
A temporada 2025 da Fórmula 1 não tem sido tranquila para a Ferrari, mesmo ocupando a vice-liderança no Campeonato de Construtores. O time de Maranello soma bons pontos, mas está mais de 230 atrás da líder McLaren que dominou a temporada até aqui, e os sinais de crise interna se intensificaram nos bastidores.
Segundo o jornal italiano Corriere dello Sport, a alta cúpula da Ferrari avalia nomear um supervisor para dividir funções com Frédéric Vasseur, atual chefe da equipe. A proposta segue modelos já utilizados em outras escuderias, como na McLaren (com Andrea Stella e Zak Brown) e na Sauber (com Mattia Binotto e Jonathan Wheatley). O objetivo seria permitir que Vasseur foque apenas na gestão de pista e do time técnico, deixando outras funções estratégicas e políticas sob nova supervisão.
A avaliação interna da Ferrari é de que o estilo de gestão do francês “não tem ido a lugar nenhum”, e que Vasseur teria atribuído os maus resultados recentes a “azar” e aos pilotos, algo que contrasta com o legado de Jean Todt, ex-chefe histórico da equipe.
Clima de vigilância e resultados questionados
Nos últimos GPs, figuras importantes da Scuderia acompanharam Vasseur de perto: Piero Ferrari esteve no Canadá, Michele Antoniazzi (chefe de RH) na Áustria e o CEO Benedetto Vigna marcou presença em Silverstone. A pressão aumentou após o GP da Grã-Bretanha, em que Charles Leclerc terminou apenas em 14º e tanto ele quanto Lewis Hamilton voltaram a criticar o desempenho do carro SF-25.
Vasseur, que assumiu a Ferrari no início de 2023, tem contrato até o fim deste ano e sua permanência em 2026 está em xeque, especialmente porque a Fórmula 1 passará por uma mudança drástica no regulamento técnico no próximo ano, o que torna qualquer transição na liderança ainda mais delicada.
Toto Wolff sai em defesa do rival
Enquanto os bastidores fervem, Vasseur recebeu um apoio de peso: Toto Wolff, chefe da Mercedes e ex-chefe de Hamilton, saiu em defesa do rival e foi direto ao ponto:
“A Ferrari não vai encontrar ninguém melhor. Fred é um dos melhores gestores de automobilismo que eu conheço. É direto, sabe o que está fazendo, e não joga com politicagens.”
Wolff relembrou ainda o exemplo de Jean Todt, que levou oito anos até conquistar o primeiro título com a Ferrari:
“Na F1, você não compra tempo. É preciso dar espaço para que a liderança entregue resultados. Esses ciclos levam anos.”
Hamilton também defendeu Vasseur recentemente, afirmando que ele é “a pessoa certa para levar a Ferrari ao topo”.
Entre o apoio e a pressão
A Ferrari vive um impasse: substituir Vasseur pode significar começar do zero em um momento crítico da Fórmula 1, enquanto mantê-lo pode alimentar o desgaste interno — especialmente se a performance do SF-25 seguir abaixo das expectativas.
Com um cenário cada vez mais tenso nos bastidores, resta saber se o apoio público de nomes como Wolff e Hamilton será suficiente para manter Vasseur no comando ou se a Ferrari optará por uma reestruturação em pleno campeonato.