Início Geral Justiça dá 30 dias para Florianópolis publicar plano que pode permitir nudismo...

Justiça dá 30 dias para Florianópolis publicar plano que pode permitir nudismo na Praia da Galheta

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul

A Justiça determinou que a Prefeitura de Florianópolis publique, no prazo de 30 dias, a portaria de aprovação do Plano de Manejo do Monumento Natural Municipal da Galheta. A área, localizada na região leste da Ilha de Santa Catarina, é conhecida internacionalmente pela prática do naturismo, embora ainda não haja legislação vigente que regulamente a atividade.

A decisão atende a uma ação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que alerta para a ausência de medidas legais para proteção e uso sustentável da área. O plano, elaborado em 2016 e reestruturado em 2024, ainda não foi oficialmente publicado.

Naturismo sob regras específicas

Segundo o MPSC, o plano de manejo estabelece diretrizes para proteção ambiental, uso sustentável e fiscalização da Praia da Galheta e de sua zona de entorno. O texto menciona a possibilidade de permitir o naturismo, desde que regulamentado por legislação específica e por meio de gestão compartilhada com entidades vinculadas à Federação Brasileira de Naturismo (FBrN).

O tema é objeto de debate na Câmara de Vereadores de Florianópolis, onde tramita o Projeto de Lei 19.423/2024, que busca regulamentar o naturismo na praia, com medidas de segurança e normas para limitar a prática apenas à faixa de areia.

Medidas determinadas pela Justiça

Além da publicação oficial do plano, a Justiça impôs outras obrigações ao município:

  • Apresentar, em até 180 dias, um plano de ação com cronograma detalhado para implementação das medidas do plano de manejo;

  • Suspender qualquer concessão pública ou atividade comercial na unidade até a implementação do plano;

  • Designar servidores municipais com poderes de fiscalização no local;

  • Cumprir a decisão sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Em nota, a prefeitura informou que a Procuradoria-Geral do Município irá analisar a decisão para adotar as providências cabíveis.

Tradição e polêmicas

A Praia da Galheta é acessada por trilha ou pelo mar e está incluída na lista oficial da FBrN. Segundo a entidade, o naturismo já ocorre ali há mais de 40 anos. Apesar da ausência de amparo legal desde 2016, a prática continua sendo tolerada.

O local, no entanto, também tem sido alvo de conflitos entre frequentadores naturistas e opositores da prática. Nos últimos anos, foram registrados incêndios e episódios de violência na região.

O monumento natural foi instituído em 2016, após revogação de uma lei de 1997 que permitia o naturismo. Com a nova classificação ambiental, o município ficou obrigado a elaborar um plano de manejo conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), mas o documento ficou sem publicação oficial por quase uma década.

×

Olá!

Clique no contato abaixo para conversar conosco.

× Converse no Whatsapp
Sair da versão mobile