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Uma cidade gelada

 

Toda nossa região sul é conhecida por ser uma área gelada e fria no inverno, características da região. Isto ocorre por estarmos próximo dos polos. É normal então ser fria no inverno. O que não é normal é a frieza de seu povo e seu exagero de formalidade. Uma cidade com aspectos arrogantes em que as pessoas vivem apenas em seu mundinho social. É claro que a insegurança é um problema, contudo, esta insegurança não é maior do que em cidades que tem um povo mais hospitaleiro. Como em algumas capitais.
 
Há pouco tempo, em uma viagem de estudo, estive em Curitiba. Por não conhecer o lugar, foram necessárias várias paradas para pedir informação. O que percebi foi: a informalidade, o respeito e a cordialidade do povo daquela cidade. Conversei horas com um senhor, que me falou sobre a cidade. Parecíamos amigos de longa data. Em outra ocasião, estive em algumas cidades do Rio Grande do Sul e percebi os mesmo gestos de hospitalidade. As pessoas param na rua, nos terminais de ônibus e cumprimentam-se, conversam e relacionam-se com mais naturalidade, até com quem não conhecem. Tais gestos você percebe em nossa região?
 
Somos um povo educado, porém, a coletividade está apenas no nome. É normal você chegar a uma parada de ônibus e perceber pessoas no mesmo local e nem conversar. Fazem de conta que não há ninguém ali. Isto ocorre nas salas de espera de médicos e dentistas. Parece que você está em um tribunal para ser julgado e condenado. Nos elevadores de nossa região: sejam em shopping, edifícios, a mesma prática acontece. As pessoas olham para tudo e qualquer canto, menos para os que estão ali ao seu redor. Quanto mais próximo do centro, encontra-se não apenas muros cercados e cercas elétricas, mas uma população amedrontada, grossa e áspera no convívio social. As suas ruas parecem ser um lugar inabitado. No trânsito, por qualquer motivo, se faz uma guerra. Nas universidades, nos corredores: percebe-se apenas conversas com alunos do próprio curso, alunos de outros cursos parecem ser seres alienígenas de tanta falta de coletividade. Na sala de aula, os que tentam conversar, falar, quebrar o gelo, são literalmente tachados de chato e papudo. Que cidade é esta? E ainda escuto pessoas falar em socialismo! Seja cortês com todos, sociável com muitos, íntimos de poucos, amigo de um e inimigo de nenhum.
 
É claro que cada um no seu quadrado é bom para todos, todavia, um pouco de calor humano e cordialidade não faz mal a ninguém. É fato que, as “Marias fifis” que vão em casa em casa fofocar (falar da vida alheia) é uma prática condenável, convém dizer que viver em uma sociedade gelada e grosseira também não dá. Eis que é preciso viver nossos conceitos de: harmonia, cordialidade e sociabilidade. É triste ouvir pessoas que vêm de fora para fazer uma palestra e reclamar de nossa forma de tratar os visitantes e a nós mesmos. Não é legal escutar também que somos xucros, frios e nada hospitaleiros. Afinal vale a pena ou não ser e fazer feliz? Ser hospitaleiro é o caminho, contudo, é preciso perceber que somos seres humanos de uma mesma espécie. Somos ricos em razão e emoção, basta apenas cultivar e respeitar cada um indiferente de sua: cor, língua, religião e social. “Todos os homens do mundo na medida em que se unem entre si em sociedade, trabalham, lutam e melhoram a si mesmos”.
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