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O Papilomavírus humano (HPV) possui mais de 200 subtipos, e estima-se que grande parte das mulheres sexualmente ativas terá contato com o vírus ao longo da vida. A transmissão ocorre por contato íntimo direto, inclusive sem relação sexual penetrativa, o que o torna a infecção sexualmente transmissível mais comum do mundo.
A maior parte das pessoas infectadas elimina espontaneamente o vírus em até dois anos, sem sintomas ou sequer perceber que teve contato com ele. No entanto, em alguns casos, a infecção não desaparece e pode permanecer de forma silenciosa no organismo.
Infecção persistente é o principal risco
Quando o vírus permanece ativo, surge o maior perigo: a infecção persistente por HPV pode evoluir para câncer de colo do útero, vagina, pênis, ânus, boca e garganta. 
A vacinação é a principal estratégia de prevenção
A Dra. Eduarda Silva, que atua como ginecologista e obstetra, reforça que a boa notícia é a existência de uma vacina capaz de prevenir os subtipos mais cancerígenos do vírus. Países com altas taxas de cobertura vacinal já registram queda expressiva e até eliminação dos casos de câncer de colo do útero.
No Brasil, entretanto, as taxas de vacinação ainda estão abaixo do ideal.
O SUS disponibiliza o imunizante que protege contra quatro subtipos principais do HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos específicos como pessoas imunossuprimidas e vítimas de violência sexual.
Na rede privada, existe a vacina nonavalente, com proteção contra nove subtipos, indicada para pessoas de até 45 anos.
“Na prática, estamos falando de uma vacina que protege contra cânceres e infelizmente muito negligenciada. Ela é, disparado, a melhor estratégia para cortar o ciclo de transmissão do HPV e prevenir tumores associados a este vírus no futuro”, explica a Dra. Eduarda Silva.
Quanto mais cedo, melhor — mas nunca é tarde
A vacinação precoce é mais eficaz por proteger antes do primeiro contato com o vírus. Porém, isso não significa que adultos não devam se vacinar. Pessoas que ainda não completaram seu esquema vacinal podem se beneficiar, desde que avaliadas individualmente.
Exames de rotina continuam indispensáveis
Mesmo com a vacinação, os cuidados preventivos precisam ser mantidos. Todas as mulheres devem realizar avaliação ginecológica anual, com exame físico e rastreamento para câncer de colo do útero.
A médica reforça a importância de incentivar a imunização:
“Se você tem filhos, sobrinhos, amigos, vizinhos ou convive com jovens entre 9 e 14 anos, converse com eles e incentive a vacinação. E se você é adulto, procure uma unidade de saúde: em muitos casos, ainda é possível se beneficiar.”
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