Evento discutirá novas estratégias para ciência e tecnologia no Brasil
A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) inicia na próxima terça-feira (30) em Brasília. O objetivo é elaborar uma nova estratégia nacional para todas as áreas de conhecimento, visando fortalecer o setor de ciência, tecnologia e inovação no país.
Reindustrialização e apoio à inovação nas empresas
Um dos principais temas da CNCTI é a reindustrialização e o apoio à inovação nas empresas. Desde os anos 1980, a participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vem diminuindo significativamente.
- Queda do setor: De 13,75% para 11,33% do PIB entre 2010 e 2021
- Desafios: Concorrência com a manufatura chinesa e altas taxas de juros
- Medidas necessárias: Incentivar empresários a investir e recuperar o sistema industrial
Impacto da taxa de juros alta
O físico Sérgio Rezende, secretário-geral da CNCTI, destaca que a alta taxa de juros no Brasil impede o crescimento industrial e a inovação. Ele argumenta que a redução dos juros é essencial para que empresas possam financiar sua expansão e para que empresários invistam mais em seus negócios.
- Posição do Brasil: Segunda maior taxa de juros real do mundo
- Impacto: Dificulta empréstimos e investimentos em inovação
- Comparação: Brasil está atrás apenas da Rússia em termos de taxa de juros real
Preparativos e eixos temáticos da conferência
A CNCTI está sendo preparada desde dezembro do ano passado, com 13 seminários organizados pela Finep, além de mais de 200 encontros e conferências setoriais. A conferência discutirá diversos eixos temáticos além da reindustrialização.
- Eixos temáticos:
- Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
- Ciência, Tecnologia e Inovação para programas e projetos estratégicos nacionais
- Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento social
Desafios e objetivos futuros
O Brasil tem avançado na produção científica desde os anos 1990, mas enfrenta desafios como a redução no número de estudos publicados e a fuga de cérebros para o exterior. A conferência buscará soluções para esses problemas, além de propor estratégias para formar mais doutores no país.
- Queda na produção científica: De 80.499 artigos publicados em 2021 para 74.570 em 2022
- Fuga de cérebros: Pesquisadores brasileiros migrando para o exterior
- Formação de doutores: Cinco vezes menos doutores formados que a média da OCDE
Fonte: Agência Brasil