“Último capítulo”: Ponte de Congonhas receberá pavimentação

A obra está em fase final e até o fim da semana deve receber a camada asfáltica. Expectativa é mais 15 dias de trabalhos para a conclusão.

Lysiê Santos
Tubarão

A “novela” que envolve a construção da Ponte de Congonhas, que faz divisa entre os municípios de Tubarão e Jaguaruna, finalmente chega às últimas cenas. A concretagem das abas de sustentação das cabeceiras já está finalizada. O local está em fase de conclusão do aterro e a previsão é que até sexta-feira inicie a colocação da camada de asfalto. O mestre de obras da empresa responsável pela execução do projeto, Roberto A. Rabello, relata que após a conclusão da pavimentação ainda precisam ser pintadas as sinalizações e execução de outros detalhes para a entrega da obra.

A moradora Renata Gomes, que tem sua residência localizada próxima da ponte, está ansiosa para a inauguração da travessia, e ao mesmo tempo preocupada com as consequências da abertura do trecho. “Já sei que a poeira vai aumentar e o movimento de carros também. Mas a ponte vai ajudar na passagem dos moradores de Tubarão para Jaguaruna”, resume.

A ponte, que fica no bairro Congonhas, faz divisa com a Cidade das Praias pelo bairro Jabuticabeira, e irá facilitar o acesso, principalmente na alta temporada, quando o fluxo no trânsito aumenta. Apesar de não estar liberada, os trabalhadores da obra contam que muitos condutores de carros e motos já utilizam a travessia. “Mesmo com as barreiras de contenção e cadeado, os condutores não respeitam. Eles derrubam a barreira e passam com seus veículos, principalmente nos fins de semana”, alerta Roberto.

A “novela” da ponte
A travessia foi demolida pelas prefeituras em Janeiro de 2014. Sem solução para resolver o problema da passagem dos veículos, o governo do Estado assumiu a responsabilidade da construção da ponte, acordado na época que as prefeituras iriam construir as cabeceiras. Em 19 de março de 2014 houve a descentralização dos recursos e a licitação. Em junho do mesmo ano foi entregue a ordem de serviço. No fim da obra, em agosto de 2015, as prefeituras não tendo recursos para construir as cabeceiras, a construção foi suspensa pela ADR de Tubarão. O governo do Estado verificou, então, que houve um erro no projeto, e não havia o complemento das cabeceiras. Mas uma vez assumiu a responsabilidade que era das administrações municipais, e em fevereiro de 2016 o projeto complementar ficou pronto. A obra das cabeceiras da ponte foi orçada em mais R$ 1,8 milhão.

Ponte da Jabuticabeira continua interditada
Apesar de a “novela” da Ponte de Congonhas estar próxima ao fim, parece que um novo enredo já anuncia sua “vinheta” de abertura. Há cerca de dois quilômetros à frente da travessia de Congonhas, outra ponte apresenta sérios problemas. A passagem da comunidade de Jabuticabeira, em Jaguaruna, continua interditada.

O local foi incendiado no início do mês passado. As causas são desconhecidas. A travessia foi parcialmente queimada e oferece riscos. De acordo com o prefeito de Jaguaruna, Edenilson Montini, o objetivo é fazer a construção de uma ponte de concreto para substituir a de madeira. Ele já realizou viagens a Brasília em busca de recursos com a Defesa Civil. Para amenizar o impasse, obras paliativas devem ser realizadas para a liberação da ponte para tráfego de veículos que não ultrapasse a média de 3,5 a quatro toneladas.

O local é cercado por plantações de arroz e os trabalhadores precisam da ponte para transportar a carga a Jaguaruna. Sem previsão de início das obras, os próprios produtores pagaram pelo projeto de sondagem da ponte e pretendem tomar providências caso os trabalhos não iniciem. “Faz quase um mês que meu patrão está com o projeto pronto e nada foi feito. Sem a ponte complica bastante nosso trabalho”, destaca o caseiro da fazenda do produtor Gelson Martins, Lindomar Carvalho.

Lembranças e expectativas
O morador da comunidade que fica na divisa de Tubarão e Jaguaruna, lembra que quando as duas pontes estavam em funcionamento há alguns anos, o povo contava com uma linha de ônibus que saía do Balneário Camacho e passava em horários alternados diariamente pelo local em direção a Tubarão. Hoje, a população enfrenta sérias dificuldades para se locomover no trecho que, além de não contar com as pontes, encara a realidade da estrada que está repleta de buracos e crateras que inundam em dias de chuva. A expectativa é que com a liberação da ponte de Congonhas providências sejam tomadas para recuperar a da Jabuticabeira. “Hoje, sem a ponte enfrentamos cerca de 28 quilômetros de Tubarão a Jaguaruna, com a ponte, fazemos em oito. Vai agilizar muito o nosso trabalho e economia de combustível”, prospecta Lindomar.