
Maria Julia Goulart
Tubarão
Em abril deste ano foi dada a ordem de serviço para a elaboração do projeto de desassoreamento do Rio Tubarão. A empresa que venceu a licitação foi a empresa Prosul. Desde maio, uma comissão de representantes da Cidade Azul foi criada para acompanhar o cronograma do projeto da calha do rio, que deveria ser entregue até dezembro, mas teve o prazo estendido.
Em reunião, ontem, em Tubarão, representantes da empresa apresentaram um balanço do andamento do trabalho. São 29,7 quilômetros de extensão contemplados. Boa parte dos serviços já foi concluída e a previsão é que o projeto seja entregue em janeiro de 2014. “Já realizamos os levantamentos topográficos e boa parte das sondagens geotécnicas, agora, faltam as especificações finais e o projeto de desassoreamento em si. A previsão é que tudo seja entregue até janeiro”, explica o engenheiro civil da Prosul, Robson Sebastiany.
Os representantes da empresa trabalham, agora, para identificar as áreas de bota-foras – locais em que serão colocados os materiais retirados da escavação. Segundo os engenheiros, a ação é fundamental para selecionar as áreas mais indicadas ao serviço, diminuir os gastos e acelerar o trabalho.
Outra questão que será feita ainda neste mês é referente à análise físico/química do Rio Tubarão. Esta parte não consta no projeto, mas será realizada a fim de analisar os sedimentos encontrados ao longo da extensão do rio.
Todo o trabalho realizado pela empresa é acompanhado pela secretaria de desenvolvimento econômico e sustentável de Santa Catarina (SDS). Ao todo, seis relatórios já foram entregues pela empresa. O desassoreamento do rio irá contribuir para evitar enchentes. “Esta obra evitará, pelo menos nos próximos 40 anos, enchentes semelhantes a de 1974”, garante o engenheiro da empresa, Luiz Antônio Braga Martins.
Foz do Rio Tubarão
O projeto de desassoreamento do Rio Tubarão contempla o trecho de 29,7 quilômetros de extensão, mas a empresa planeja realizar o estudo de mais quatro quilômetros, que contemplam o Canal da Barra da Lagoa Santo Antônio, em Laguna. De acordo com representantes da SDS, o trecho já recebeu aprovação técnica e aguarda somente um posicionamento jurídico para saber se será contemplado ou não o projeto.
A ação visa melhorar o escoamento da água do Rio Tubarão, porém não interfere na vazão. “Com o desassoreamento, a vazão do rio chegará a 80%. Integrar o Canal da Barra da Lagoa no projeto altera a forma de escoamento. Hoje, a foz do rio é considerada o maior gargalo da obra”, explica Luiz Antônio.
Como a obra é de alta complexidade, somente o estudo dos outros quatro quilômetros deve ser realizado. A execução do serviço deverá ser feito em um novo projeto.
Projeto Ambiental
O edital da Defesa Civil estadual para a realização da parte ambiental do projeto foi lançado na segunda-feira da semana passada. Os envelopes para a contratação da empresa serão abertos no dia 3 de dezembro. A expectativa é que até o começo do próximo ano o projeto possa ser entregue. O único entrave que pode vir a ocorrer é a parte ambiental apresentar inconformidades e o projeto executivo precisar ser adaptado. O prazo para o início das obras é o fim de 2014.
A obra
É estimada a necessidade de retirada de 6,7 milhões de metros cúbicos de areia entre a Ponte Cavalcante (da BR-101, em Tubarão) e a foz, em Laguna, em um percurso de 29,7 quilômetros. O valor exato do serviço dependerá do projeto, cujo investimento é de R$ 1.288.468,56, exclusivamente do governo estadual. Inicialmente, trabalha-se com a necessidade de um investimento de R$ 60 milhões a R$ 100 milhões. Um estudo feito pelo Cidasc e Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), em 2009, apontava que a calha do rio estava 42% assoreada.
Ordem de serviço
A ordem de serviço para o projeto de desassoreamento do Rio Tubarão foi assinado em abril deste ano. A Prosul, que venceu a licitação, teria até dezembro para concluir o projeto, mas o prazo foi estendido para fevereiro de 2014. Esta etapa custará R$ 1.288.468,56, com investimento do governo do estado. Ainda é necessário licitar a redragagem propriamente dita, assim como buscar dinheiro para tirar a obra do papel, com investimento estimado de R$ 60 milhões a R$ 100 milhões.