Angelica Brunatto e Priscila Loch
Tubarão
Apenas detalhes separam Imbituba da empresa Cimolai. O contrato ainda não foi assinado, mas a instalação da fabricante de aço no município está 99% confirmada. Até mesmo a área já foi definida: trata-se do condomínio retroportuário industrial, situado às margens da BR-101.
A área, quase ao lado da ZPE, nas proximidades do acesso central a Imbituba, é de propriedade da Santos Brasil. O fato da empresa arrendatária do terminal de contêineres do porto ser dona do terreno tende a facilitar o escoamento da produção da Cimolai.
Tubarão era dada como destino certo da empresa até então. Inclusive, foi assinado protocolo de intenção da escolha pela Cidade Azul. Mas a indefinição quanto ao local emperrou as negociações e Imbituba entrou nas negociações.
“Já há o protocolo de intenções da empresa assinado com o governo do estado, só é preciso alterar uma palavra: trocar Tubarão por Imbituba”, declara o prefeito de Imbituba, Beto Martins (PSDB).
O secretário de desenvolvimento regional em Laguna, Christiano Lopes (PSD), confirma a instalação. “Estou muito feliz por poder anunciar a vinda desta empresa para Imbituba, nossa região ganha muito. Mais mil oportunidades de emprego/renda. Bem-vinda, Cimolai”, comemora.
À espera do anúncio oficial
O primeiro terreno oferecido em Tubarão à Cimolai também fica às margens da BR-101, pertencente à Tractebel. Um dos motivos de ter sido descartado pela empresa italiana é o fato de que a área inicialmente seria apenas cedida, com transferência de posse somente em 2028.
Os responsáveis pelas negociações então foram em busca de uma outra área. A prefeitura de Tubarão sugeriu uma entre os bairros Monte Castelo, Fábio Silva e Cruzeiro, mas também não atendia as necessidades da empresa.
No início desta semana, foi divulgado que a diretoria da empresa comunicaria na próxima terça-feira a sua posição quanto à vinda ou não para a Cidade Azul. Para o deputado Manoel Motta (PMDB), o ideal é aguardar pelo anúncio oficial. “É indiscutível que a empresa vai ficar no sul”, destaca.
O vereador Evandro Almeida (PMDB), que participou da comitiva catarinense que visitou a sede da Cimolai na Itália, também prefere esperar até a próxima semana. “Eles devem vir conversar, já que há um termo de compromisso com a nossa cidade. Mesmo assim, o projeto do condomínio industrial continua, vamos continuar a lutar por ele”, afirma o vereador.
Relembre
• O início das negociações para a instalação de multinacionais em Santa Catarina iniciou em janeiro. A italiana Cimolai foi a primeira a demonstrar interesse. Depois, vieram a Huayi Lighting (chinesa) e a Traçado (gaúcha) – além de uma outra chinesa de nome não revelado. Porém, se a italiana não instalar a fábrica na Cidade Azul, as demais empresas também não se instalarão, isso porque elas trabalham em conjunto.
• Uma comitiva catarinense foi à Europa e os diretores da empresa italiana retribuíram a visita à Cidade Azul.
• Um outro ponto que emperrou as negociações em torno do terreno pertencente à Tractebel foi o tempo para que a área ficasse pronta para receber as empresas. São previstos seis meses para a expedição da licença ambiental e outros seis para execução da terraplanagem. Além disso, os valores são altos. Só para terraplanar o espaço, de 90 hectares, são necessários algo em torno de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões.
• A Cimolai é responsável pela construção da estação do Metrô de Nova Iorque, nos Estados Unidos, no local onde ficavam as Torres Gêmeas (atingidas por aviões durante um ataque terrorista em 11 de setembro de 2001). A estação fica no “Ground Zero”, e é uma obra importante para a nação norte-americana, por simbolizar o dia em que o país sofreu um dos maiores ataques da história.