Sobe para 23 o número de ossadas encontradas

No caso do sambaqui Cabeçuda, a escavação não atrapalha o início da obra. Até porque este serviço já era previsto e estava contemplado no cronograma de execução da Ponte Anita Garibaldi. Foto: Unisul/Divulgação/Notisul
No caso do sambaqui Cabeçuda, a escavação não atrapalha o início da obra. Até porque este serviço já era previsto e estava contemplado no cronograma de execução da Ponte Anita Garibaldi. Foto: Unisul/Divulgação/Notisul

Laguna

Com um total de 23 sepultamentos localizados, o Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia da Unisul de Tubarão encerrou ontem as escavações no sítio arqueológico Cabeçuda, localizado às margens da BR-101, em Laguna. A maioria dos esqueletos encontrados são de adultos. O que mais chamou a atenção dos arqueólogos foi a ossada de um adulto e uma criança sepultados juntos, com as mãos entrelaçadas.
Além dos restos mortais dos nossos antepassados, também foram achados artefatos associados aos sepultamentos, como um almofariz (espécie de pilão para macerar ervas) e um peso de rede, além de adornos em pedra e em osso.

A equipe da professora Deisi Scunderlick Eloy de Farias, coordenadora do Grupep-Arqueologia da Unisul e do projeto, pesquisou o sambaqui durante quatro semanas. As escavações chegaram a uma profundidade de mais de dois metros do nível do solo (quatro metros do nível da BR-101).

Amostras foram colhidas para estudo em laboratório, onde será utilizada a técnica do carbono 14 para datar as descobertas arqueológicas. É possível que a idade dos sambaquis possa retroagir aproximadamente dois mil anos, acredita a professora Deisi.

Com uma extensão de dois hectares, o sítio arqueológico Cabeçudas é conhecido e estudado desde o século 19. Com dois hectares de extensão, cerca de 300 esqueletos já foram retirados dali, a maior coleção de peças arqueológicas localizadas em um só espaço no país. As escavações ocorrem exatamente no ponto onde ficará um dos pilares da nova travessia do Canal de Laranjeiras, na BR-101.