Tatiana Stock
Tubarão
Moradores da Guarda margem esquerda, em Tubarão, protestaram ontem em prol de duas famílias que receberam ordem de despejo. As casas são da Cohab e ambas as famílias não têm para onde ir.
Cristiane da Silva mora com os seus três filhos há dois meses em uma casa da Cohab. Ela recebeu uma notificação da secretaria de desenvolvimento urbano da prefeitura informando que será despejada. Cristiane trocou a sua casa (fora da Cohab) por a que mora agora. “Eu não sabia que não podia trocar a casa. Eu recebo o Bolsa Família e, por enquanto, é a única renda que tenho para manter eu e as crianças. Não sei o quer fazer”, lamenta a desempregada.
Rosangela Aparecida de Jesus mora há um ano de aluguel em uma das casas da Cohab e também recebeu o aviso de despejo. “Pago R$ 100,00 para morar lá e agora o homem que me alugou quer que eu pague mais”, relata. Segundo Rosangela, ela fez o recadastramento da casa em seu nome, e mesmo assim tem medo de ser tirada do lar. “Não tenho para onde ir”, desespera-se.
“Justiça contra injustiça”, grita a dona de casa Sandra Cabral Marcolino, revoltada com o despejo. O secretário de desenvolvimento urbano, Nilton de Campos, informou que o trabalho da secretaria, neste caso, é só de notificar e que o processo é encaminhado ao departamento jurídico da prefeitura. ”Há uma ação de reintegração de posse contra uma pessoa que tentou vender casas da Cohab. Não se pode trocar nem vender por dez anos”, alerta Nilton, que prometeu averiguar o caso.
A secretária de assistência social, Vera Lúcia Campos Stüpp, reforçou o que foi dito por Nilton. “Queremos que a população tenha assistência, mas, se a fiscalização fez as notificações, algo está irregular. Amanhã (hoje), averiguaremos tudo isso”, explica.