Silvana Lucas
Tubarão
Neste sábado é lembrado o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, data em que a secretaria de saúde de Santa Catarina faz um alerta aos pais. A maioria dos acidentes que envolvem crianças ocorre no ambiente doméstico.
No ano passado, a ala de queimados do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, registrou 146 atendimentos. De janeiro a abril deste ano, 68 crianças chegaram à instituição. A unidade é referência no estado para este tipo de atendimento na rede pública e recebe pacientes de todas as regiões de Santa Catarina.
Gabriel Meurer Gil, de um 1 e 4 meses, puxou uma leiteira com café quente de cima do fogão, queimou o rosto e uma parte do abdômen. “Estávamos apressados para ir ao trabalho e não percebemos a presença do Gabriel na cozinha”, contou a mãe Viviane Kulkamp Meurer, 31. O menino de Grão-Pará está internado desde o dia 19 do mês passado e deverá passar por cirurgias de enxerto de pele.
O cirurgião pediátrico Rodrigo Feijó lembra que os casos mais comuns de queimaduras em crianças com menos de 5 anos são as escaldaduras com água ou leite quentes. “Muitos acidentes ocorrem na cozinha. Porém, medidas simples podem evitá-los, como virar os cabos das panelas para a parede, não usar toalhas compridas e instalar protetores nos fornos embutidos. O ideal, no entanto, é que a criança tenha acesso restrito a essa área da casa”, orienta Rodrigo.
A recuperação de Gabriela
Se as crianças são mais frágeis a estes tipos de acidentes, os adultos também não estão livres. Gabriela Graciano Kraieski Mendes, 22 anos, foi vítima da explosão de um fogareiro, quando trabalhava em uma festa de casamento, em Tubarão. O tratamento de Gabriela segue em casa, após passar meses internada em unidades hospitalares da Cidade Azul e de Florianópolis, depois de ter 81% do corpo queimado, em uma festa no dia 13 de dezembro do ano passado. Ele deverá passar por mais uma intervenção cirúrgica na próxima sexta-feira. “Farei duas operações na região do pescoço. Com estas cirurgias, vou poder voltar a movimentar minha cabeça. Esta é a esperança que me agarro ao ter que permanecer novamente um mês fora de casa e longe das minhas crianças”, ressalta Gabriela. Após estas correções, ela deverá fazer novas cirurgias nos braços e plásticas até o fim do ano. Gabriela e o marido Glauco da Cruz Mendes, de 24 anos, trabalhavam no bufê de um casamento no Clube de Campo. Após colocarem fogo no suporte do fogareiro que aqueceria os alimentos da festa, o equipamento explodiu e o casal foi atingido pelas chamas. Ele não resistiu ao acidente.
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O que fazer no momento do acidente
Em caso de queimadura, a primeira medida a ser adotada é resfriar o local com água corrente e em temperatura ambiente. “A água não deve ser morna e nem gelada. Depois disso, a pessoa deve ser levada ao hospital. Nenhum tipo de produto caseiro deve ser aplicado”, reforça o cirurgião pediátrico Rodrigo.
