A Apple enfrenta um dos maiores abalos em sua liderança recente após a saída de quatro executivos de alto escalão em poucos dias. Os desligamentos ocorrem em um momento de pressão crescente sobre a empresa, que tenta acelerar sua estratégia de inteligência artificial e recuperar terreno frente a rivais.
Saídas anunciadas nesta semana
Nesta quinta-feira (5), a Apple confirmou que Kate Adams, diretora jurídica (General Counsel), e Lisa Jackson, vice-presidente de Meio Ambiente, Políticas e Iniciativas Sociais, irão se aposentar em 2026. As informações foram divulgadas em comunicado oficial.
As aposentadorias se somam a outras duas perdas anunciadas nos últimos dias:
John Giannandrea, chefe de IA, cuja saída foi confirmada na segunda-feira (1º).
Alan Dye, líder de design de interface, que comunicou sua ida para a Meta na quarta-feira (4).
Substituições e movimentos no mercado
Adams será substituída por Jennifer Newstead, atual diretora jurídica da Meta, que assume como conselheira-geral da Apple em 1º de março de 2026. Ela coordenará as áreas Jurídica e de Assuntos Governamentais da companhia.
“Não poderíamos estar mais satisfeitos em ter Jennifer em nossa equipe”, afirmou o CEO Tim Cook, ao destacar a experiência da executiva no setor público e privado.
Já no design, Stephen Lemay, funcionário da Apple desde 1999, assumirá o posto deixado por Dye. O agora ex-executivo da Apple será Chief Design Officer da Meta a partir de 31 de dezembro.
Pressão por avanços em IA
A saída de Giannandrea ocorre após um ano marcado por atrasos em projetos internos de IA e pela redistribuição de suas responsabilidades, incluindo a Siri. O cargo será ocupado por Amar Subramanya, ex-Microsoft e ex-Google, que se reportará a Craig Federighi, chefe de software — posição hierárquica inferior à de seu antecessor.
Os desligamentos se somam a outras transições recentes na alta liderança, como a aposentadoria do diretor de operações Jeff Williams em julho e a mudança do CFO Luca Maestri.
Contexto mais amplo
Além dos entraves com IA, a Apple lida com críticas ao novo visual “Liquid Glass” apresentado em seus sistemas. A reformulação, apesar de ousada, gerou questionamentos entre usuários e designers, aumentando a pressão sobre a equipe de design antes da saída de Dye.
No campo ambiental, Lisa Jackson foi responsável por conduzir políticas que ajudaram a reduzir em mais de 60% as emissões globais de gases de efeito estufa da empresa desde 2015, segundo Cook.

