O dia 11 de setembro marca tanto por ser o fatídico aniversário do maior atentado terrorista da história, que colocou abaixo as torres gêmeas, conhecidas com World Trade Center, nos Estados Unidos, quanto por consolidar uma nova fase nos conflitos bélicos mundiais, ao substituir a era das ameaças sem risco pela era dos riscos sem ameaças.
As ameaças sem risco são produtos da Guerra Fria, onde Estados Unidos e União Soviética, ganhadores da Segunda Guerra Mundial, protagonizaram o maior espetáculo de medo do planeta, sem contudo oferecer riscos, dado que não dispararam o primeiro tiro por desconhecer o poderio bélico do adversário. Assim, não ocorreu a temida Terceira Guerra Mundial, que, segundo especialistas, destruiria a Terra diversas vezes.
Riscos sem ameaças, porque não se sabe quando e onde vai explodir o próximo carro ou homem bomba, ou outro tipo de ataque terrorista. Foi assim, naquele 11 de setembro de 2001, quando a primeira informação do dia dava conta que um americano maluco jogara o seu avião contra uma das torres gêmeas. Mais tarde, veio a informação correta, com direito a cobertura televisiva, ao vivo, para todo o mundo. Tratou-se do maior e mais emblemático atentado terrorista, vitimando cerca de três mil pessoas entre civis e bombeiros, tendo como alvo símbolos americanos.
Não havia ameaças – ninguém imaginava que aviões passageiros pudessem ser utilizados como arma letal – mas havia, como ainda há, o risco. Esse evento fez o mundo tremer, porque atingiu a maior potência do mundo em sua própria casa (a derrota dos EUA no Vietnã foi atenuada e já estava quase esquecida por esta geração), provocando o contra-ataque, que acirrou a desconfiança e o ódio entre civilizações. Os Estados Unidos, contrariando ostensivas manifestações públicas mundiais e resolução da ONU, invadiram o Iraque, justificados pela mentira que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa, que nunca foram encontradas, e adotou a doutrina Bush que autoriza os ataques preventivos.
O que se quer ressaltar é que os acontecimentos e as causas daquele 11 de setembro deve servir para que as lideranças mundiais envidem mais esforços para que outros 11 de setembro não ocorram, e para que o equilíbrio e a paz mundial prospere, nunca pelo medo, como o foi durante a Guerra Fria, mas pelo diálogo e pela luta comum para impedir o desastre, talvez irreversível, planetário (ambiental e humano), em curso, cujas vítimas dos desastres naturais e da fome já são milhares. O mundo não precisa de mais guerras entre povos e nações, mas da união destes na perspectiva de um futuro melhor para toda a humanidade.

