O governo brasileiro e a empresa indiana Biological E Limited firmaram, nesta semana, um acordo de cooperação internacional voltado ao desenvolvimento tecnológico e à produção de vacinas virais e bacterianas. A parceria foi assinada em Nova Délhi, durante agenda do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Cooperação internacional e inovação
Segundo o Ministério da Saúde, o acordo busca fortalecer as plataformas de pesquisa e produção da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), especialmente por meio da unidade Bio-Manguinhos, responsável por imunobiológicos utilizados no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em nota, o Itamaraty destacou que a iniciativa integra os esforços do governo brasileiro para ampliar a cooperação entre países do Sul Global, seguindo os compromissos firmados entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.
“A missão em Nova Délhi integra os esforços do governo brasileiro para ampliar o comércio, os investimentos e a cooperação bilateral em áreas estratégicas”, informou o Ministério das Relações Exteriores.
Desenvolvimento conjunto de vacinas
O acordo cria as bases para pesquisas científicas conjuntas e o desenvolvimento de novos imunizantes, com prioridade para a vacina pneumocócica 24 valente, que terá eficácia e segurança avaliadas em estudos colaborativos.
Também está prevista a transferência de tecnologia da vacina pneumocócica 14 valente, o que permitirá sua produção nacional e fornecimento direto ao SUS.
“Essa transferência garantirá autonomia brasileira na fabricação de vacinas e maior segurança no abastecimento público”, destacou o Ministério da Saúde.
Parceria técnica e científica
O documento firmado entre os países prevê cooperação técnica, científica e de inovação, além de troca de conhecimento e experiências em áreas de biotecnologia, vigilância epidemiológica e propriedade intelectual.
A Biological E Limited contribuirá com experiência industrial, tecnologia e dados técnicos das vacinas pneumocócicas, enquanto Bio-Manguinhos atuará com estrutura produtiva, rede de pesquisa e integração com o SUS e as agências regulatórias brasileiras.
Soberania e fortalecimento da Fiocruz
O acordo é considerado estratégico para fortalecer a soberania tecnológica do Brasil na área de imunobiológicos e ampliar a autonomia na produção de vacinas essenciais.
Segundo o Itamaraty, o avanço da parceria deve impulsionar o desenvolvimento de novas gerações de imunizantes, reforçar o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e garantir o acesso da população a vacinas seguras e eficazes.