O governo brasileiro anunciou que avançará na criação de um sistema que permita aos países do Brics usarem suas próprias moedas no comércio entre si. A medida surge em meio às declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou taxar em 100% as importações de países que busquem alternativas ao dólar. O Brasil reafirma o compromisso com a plataforma de pagamento local e a reforma de instituições financeiras globais.
Trump ameaça o Brics e Brasil reage
As declarações de Trump, feitas antes de um encontro com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, classificaram o Brics como um bloco “morto”. Em resposta, o governo brasileiro reforçou que a desdolarização das transações comerciais não visa confrontar os EUA, mas sim ampliar a independência econômica dos países membros.
Especialistas avaliam impactos da desdolarização
Para o professor Fabiano Mielniczuk, da UFRGS, o Brasil precisa esclarecer até que ponto a adoção de moedas locais impactará o dólar. Já Ana Elisa Saggioro Garcia, da UFRRJ, destaca que facilitar o comércio interno no bloco pode ser uma estratégia eficaz contra as tarifas impostas por Trump.
Brasil defende reformas no FMI e Banco Mundial
O governo também reforçou a necessidade de reformar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, buscando ampliar a representação dos países em desenvolvimento. Além disso, o Brasil pretende fortalecer o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, liderado por Dilma Rousseff, e expandir o uso de moedas locais.