Mirna Graciela
Imbituba
O ataque de um cachorro a um garoto de 6 anos, ontem, em Imbituba, abalou moradores do Morro do Pacheco, no bairro Mirim. Um deles colocou a criança, que sangrava muito, dentro de seu veículo e a levou para o Hospital São Camilo.
O menino teve ferimentos, causados pelas mordidas, na região do braço direito e na cabeça. As informações sobre o seu estado de saúde não são oficiais, mas, ao que tudo indica, ele não corre risco de morrer.
O acidente ocorreu por volta das 17 horas. Uma guarnição da Polícia Militar foi chamada ao local por uma mulher que cuidava do menino para sua mãe trabalhar.
As duas são vizinhas. Segundo a mãe do garoto relatou aos policiais, o seu filho brincava no pátio da casa quando o animal invadiu o terreno. Um boletim de ocorrência foi lavrado.
O dono do cachorro, um idoso de 60 anos, disse aos agentes que antes de sair para trabalhar prendeu o cachorro, mas que o animal conseguiu soltar-se. A raça do cão não constava no histórico policial.
Vítimas mais comuns são crianças
No Brasil, a cada ano são relatados entre meio e um milhão de ferimentos por mordida de cães. As vítimas mais comuns são crianças com menos de 12 anos (aproximadamente 60% do total).
As cinco raças mais comuns entre os ataques são os chow-chows, rottweilers, pastores alemães, cocker spaniels e dálmatas. De uma maneira geral, em uma população canina, os machos não castrados são os que mais mordem.
O que diz a legislação
A responsabilidade por danos causados por animais está prevista nos artigos 1527 e 159, ambos do Código Civil. O proprietário do cão que não o guardar com as devidas cautelas responde civilmente por culpa pelos danos que o animal possa causar às pessoas, sujeito a indenizar a vítima. Na esfera penal o proprietário do cão pode responder ainda como incurso no artigo 129, § 6°, do Código Penal, ou no artigo 31 da Lei das Contravenções Penais, que considera contravenção não guardar com a devida cautela animal perigoso.
Os traumas
Levar uma mordida é uma experiência assustadora para uma criança, ainda mais porque cachorros e gatos tendem a atacar na região da cabeça. É possível que o seu filho comece a ficar nervoso na presença de animais ou que tenha pesadelos. Se o ataque tiver sido muito violento, é necessário ajuda psicológica para superar o trauma.
