A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Polícia da Comarca de Itaiópolis, indiciou nesta semana um casal de pais adotivos por lesão corporal dolosa e tortura contra três crianças. A investigação teve início em 16 de julho de 2025, após denúncia feita pela escola de um dos menores.
Denúncia começou na escola
O caso veio à tona quando um aluno de 10 anos recusou-se a participar da aula de educação física por sentir fortes dores no corpo. Ao ser questionado e acolhido pelo Conselho Tutelar, o menino relatou que sofria agressões frequentes dos pais adotivos.
Inicialmente, o casal admitiu apenas ter batido no filho mais velho com um chinelo, alegando “correção” por ele ter pegado R$ 100. Negaram qualquer violência contra os outros dois filhos, de 8 e 4 anos, atribuindo marcas a quedas e brigas entre as crianças.
Laudos confirmaram violência contínua
Os exames periciais desmentiram a versão dos suspeitos. O laudo do menino de 10 anos apontou lesões em diferentes estágios de cicatrização, evidenciando agressões repetidas. Já o exame da menina de 8 anos revelou uma cicatriz provocada por um objeto cortante. Até o filho mais novo, de 4 anos, apresentava marcas compatíveis com maus-tratos.
Segundo o inquérito, a mãe teria usado um espeto de churrasco para ferir a filha e praticado estrangulamento contra os filhos. O casal também trancava as crianças em um quarto, privando-as de alimentação.
Testemunho decisivo e encaminhamento à Justiça
O depoimento de uma conselheira tutelar foi fundamental para comprovar a gravidade do caso. Ela descreveu um ambiente de tortura sistemática, com agressões físicas e psicológicas constantes, praticadas por ambos os pais.
Com as provas reunidas, a Polícia Civil concluiu o inquérito e o encaminhou ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. Os acusados responderão pelos crimes de lesão corporal e tortura.
A corporação reforça que qualquer suspeita de maus-tratos contra crianças e adolescentes deve ser denunciada pelo Disque 100 ou na delegacia mais próxima.