segunda-feira, 14 julho , 2025

Caso é investigado como negligência

Kalil de Oliveira
Tubarão

O caso da criança de 8 meses que, segundo a família, recebeu 16 mordidas em uma creche do perímetro urbano de Tubarão está nas mãos da titular da Delegacia da Criança, do Adolescente, de Proteção à Mulher e ao Idoso de Tubarão (DPCAPMI), Vivian Selig. Ontem, a delegada confirmou que o caso será investigado como lesão corporal e negligência por parte da creche. “Ainda é muito cedo. Acabo de receber o caso e só posso dizer que iniciamos as investigações dentro desta linha”, declarou Vivian, que  já conversou com os envolvidos e aguarda o resultado do exame de corpo de delito.

A Fundação Municipal de Educação de Tubarão e o próprio Conselho Tutelar também têm pressa em esclarecer a denúncia. O pai da menina disse ontem que não houve jamais a intenção de trazer problemas às professoras de sua filha e que pede apenas que a prefeitura coloque mais profissionais na sala, que, segundo ele, está muito cheia.  “Minha esposa também é professora e entende a situação. Até quando soubemos que houve mordida, não nos importamos na hora, mas chegamos em casa e ficamos assustados. Contamos 15 mordidas na barriga e uma na perna. Eram três pessoa para cuidar de 16 crianças”, criticou.

A presidente da Fundação, Lúcia Helena Fernandes de Souza, voltou a afirmar ontem que vê o fato com normalidade,  mas também com tristeza. “Todos estão muito entristecidos, nós, a direção da escola e as professoras, mas quem trabalha com escola sabe que a mordida é uma atividade que ocorre de uma forma normal”, avaliou. Segundo Lúcia, todos os profissionais da rede muncipal são qualificados. Nas últimas duas décadas, inclusive, as questões relacionadas aos direitos da criança e do adolescente ficaram mais fortes. 

“Notícia repercutiu mal para professores”, diz presidente
A presidente da Fundação Municipal de Educação, Lúcia Helena Fernandes de Souza, também lamentou que a notícia tenha ganhado tanta repercussão, o que pode causar uma imagem errada da conduta dos professores da rede. Na opinião da presidente, não houve negligência e as professoras não usam celulares no local de trabalho, como se queixaram os leitores. Sobre o número de profissionais na creche, Lúcia ressaltou que cumpre a legislação. O local é amplo, tem duas turmas e um total de 17 crianças aos cuidados de duas professoras e dois auxiliares.
No caso das mordidas, a Fundação, de imediato, pediu um relatório com a assinatura da diretora e do professor da sala. A direção da creche informou que conversou com os pais da menina e da outra criança, um menino de 1 ano e 2 meses, responsável pelas mordidas. Disse ainda que não houve corte e que a criança dormia enquanto recebia uma pomada. Na aula seguinte, a vermelhidão já havia sumido. No dia do fato, aparentava que não eram muitas mordidas, três ou quatro.

Para educadoras, condições de trabalho não são apropriadas nas creches municipais
Há quase 20 anos, Juciane Nascimento Domingos atua na área da educação. Ela começou como estagiária na educação infantil em 1994, na rede municipal de Tubarão. Para a professora, as explicações para o caso da creche não têm sido justas com a categoria. “Criticar o professor é muito fácil. O aluno nesta idade não é um computador, um objeto na sala. Criança precisa de um adulto para um atendimento quase individualizado”, analisa a educadora, que há 7 anos atua como presidente da Associação dos Servidores Públicos de Tubarão. “Na verdade, as creches estão com um número excessivo de alunos. Se tivessem duas professoras, isso não teria acontecido”, critica.

O mesmo argumenta a presidente do Sindicato dos Servidores da Rede Municipal (Sintermut), Laura Oppa. Para a professora, se existissem berços individuais e número menor de alunos, a história seria diferente. Pela quantidade de crianças, várias creches dividem os berços entre duas e três crianças.

O sindicato enviou um ofício para a Câmara de Vereadores solicitando uma audiência pública para tratar da lotação nas creches. Segundo ela, a prefeitura pode ampliar um convênio que já existe com escolas infantis particulares para garantir o atendimento sem sobrecarregar a rede municipal. “O conselho municipal de educação também vai se pronunciar esta semana”.


Juciane: “Criticar o professor é muito fácil”

 

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