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Tecnologia preventiva: hospital de referência em oncologia moderniza seus processos clínicos
O Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, acaba de dar um passo importante rumo à modernização da assistência hospitalar. A instituição implementou em sua rotina clínica a plataforma NoHarm, um sistema de inteligência artificial capaz de identificar, de forma preventiva, riscos e eventos adversos antes que ocorram — como interações medicamentosas, exames alterados e doses inadequadas.
Desenvolvido pelo Instituto de Inteligência Artificial na Saúde, organização sem fins lucrativos, o NoHarm é oferecido gratuitamente a hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). A ferramenta já impactou mais de 3 milhões de vidas e está presente em 150 hospitais no Brasil, monitorando diariamente cerca de 30 mil leitos.
Inovação aliada ao cuidado humanizado
Para o superintendente de contratos da FAHECE, Douglas Claudio, a novidade representa a união entre tecnologia e acolhimento, dois pilares do atendimento no CEPON.
“O CEPON é reconhecido pelo acolhimento ao paciente, e isso não há tecnologia que substitua. Mas a inteligência artificial permite grandes avanços na gestão e segurança dos atendimentos”, afirma.
De acordo com o diretor-geral do CEPON, Dr. Marcelo Zanchet, o uso de soluções tecnológicas vem se consolidando como diferencial na instituição.
“O uso de tecnologias em saúde vem crescendo a cada dia, e no CEPON isso se traduz em mais segurança para o paciente, maior agilidade nos processos e melhor aproveitamento dos recursos. São avanços que fortalecem nossa missão de oferecer um atendimento cada vez mais eficiente e humanizado”, destaca Zanchet.
Como funciona a plataforma NoHarm
A plataforma NoHarm se conecta ao prontuário eletrônico do paciente e, por meio de algoritmos de inteligência artificial, realiza uma análise contínua de fatores de risco.
O sistema emite alertas automáticos para a equipe de saúde em situações que exigem atenção — como interações medicamentosas perigosas, duplicidade terapêutica, alergias, doses incorretas ou exames laboratoriais alterados.
O coordenador da Farmácia Clínica do CEPON, Márcio Wagner, explica que a ferramenta foi implantada em setembro de 2025, vinculada ao sistema de gestão hospitalar Tasy, e deve estar totalmente consolidada até o início de 2026.
“Estamos em fase de validação com a equipe de farmacêuticos, mas a meta é ampliar o uso em toda a instituição. A ferramenta gera relatórios e indicadores, como o de intervenções farmacêuticas, o que representa mais segurança ao paciente e economia para o hospital”, explica.
Resultados comprovados
Estudos comprovam a eficácia da plataforma. Uma pesquisa publicada na Revista DELOS (2024) mostrou que, após a implantação do NoHarm, a taxa de erro em prescrições médicas caiu de 13% para 0,3% nos hospitais analisados.
“Essa prevenção gera não apenas mais segurança, mas também eficiência e redução de custos, permitindo que os recursos sejam realocados para onde são mais necessários”, complementa Márcio.
O CEPON é uma unidade do Governo do Estado de Santa Catarina, sob gestão da FAHECE, organização social contratada pela Secretaria de Estado da Saúde para administrar serviços de alta complexidade oncológica.
