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Com o envelhecimento da população, cresce a importância dos exames oftalmológicos de rotina e da atenção aos sinais da catarata, uma das principais causas de perda de visão no mundo. A doença, caracterizada pela opacificação do cristalino — a lente natural do olho —, pode comprometer a autonomia e a qualidade de vida se não tratada precocemente.
“Mais do que restaurar a visão, a cirurgia de catarata devolve liberdade e confiança ao paciente. Este é o ponto-chave do procedimento: a restauração da autonomia”, explica o oftalmologista e cirurgião Dr. Neto Pereira.
Exames oftalmológicos devem fazer parte da rotina
Segundo o especialista, a prevenção deve começar ainda na infância. O primeiro exame oftalmológico é recomendado entre os três e cinco anos de idade, quando é possível identificar e corrigir problemas como miopia, hipermetropia e astigmatismo.
Na vida adulta, a recomendação é realizar exames a cada um ou dois anos, mesmo sem sintomas. O acompanhamento regular permite identificar alterações visuais em estágios iniciais e prevenir complicações. Entre os exames mais comuns estão a biomicroscopia, tonometria (para detectar o glaucoma) e oftalmoscopia, que avalia retina e nervo óptico.
“Também utilizamos exames como o campo visual e a tomografia de coerência óptica (OCT), que ajudam no diagnóstico precoce de doenças degenerativas”, explica Dr. Neto. Em casos específicos, podem ser solicitados exames complementares, como angiografia com fluoresceína e ecografia ocular, especialmente antes de cirurgias.
Quando a catarata começa a afetar a rotina
A catarata, embora comum na terceira idade, também pode surgir por traumas, uso prolongado de corticoides ou doenças metabólicas, como o diabetes. Entre os sintomas estão a visão embaçada, sensibilidade à luz e perda de contraste.
A cirurgia é indicada quando esses sintomas interferem em atividades diárias como dirigir, ler ou reconhecer rostos.
“A decisão de operar não depende apenas do grau de opacidade, mas do impacto funcional que ela causa. Após o procedimento, o paciente costuma retomar a nitidez visual e uma vida mais independente”, destaca o médico.
Lente intraocular: escolha personalizada
Antes da cirurgia, o paciente passa por uma avaliação detalhada, com medições precisas do olho para determinar o tipo de lente intraocular que substituirá o cristalino natural. A escolha depende do estilo de vida e das necessidades visuais de cada pessoa.
Há lentes monofocais (para visão de longe), multifocais (para múltiplas distâncias) e tóricas, indicadas para quem tem astigmatismo.
“Cada caso é único. A escolha da lente deve ser personalizada para garantir o melhor resultado visual possível”, afirma Dr. Neto Pereira.
O método mais utilizado é a facoemulsificação, uma técnica moderna e minimamente invasiva, realizada com anestesia local e recuperação rápida. O paciente geralmente retorna para casa no mesmo dia.
Cuidados antes e depois da cirurgia
Apesar de segura, a cirurgia exige cuidados antes e depois do procedimento. No pré-operatório, o paciente deve evitar maquiagem, cremes e seguir as orientações médicas sobre jejum.
No pós-operatório, o uso correto de colírios antibióticos e anti-inflamatórios é essencial, assim como evitar coçar os olhos, fazer esforço físico ou se expor à poeira e piscinas.
O acompanhamento médico é fundamental para garantir a cicatrização e a adaptação à nova lente. Em alguns casos, pode ocorrer a chamada “segunda catarata”, quando há opacificação da cápsula posterior.
“Não é a lente que opacifica, mas uma película que se forma atrás dela. O tratamento é simples, feito a laser, devolvendo novamente a nitidez da visão”, explica o oftalmologista.
Prevenir é sempre o melhor caminho
Mesmo na ausência de sintomas, consultas oftalmológicas regulares são essenciais. Doenças como glaucoma e degeneração macular podem evoluir silenciosamente e causar danos irreversíveis.
“A cirurgia de catarata é um divisor de águas. Ela devolve ao paciente a liberdade de enxergar o mundo com clareza e confiança”, ensina Dr. Neto.
Cuidar da visão é preservar autonomia, segurança e qualidade de vida — valores fundamentais em todas as fases da vida.


