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A primeira parcela do 13º salário deve injetar R$ 17,9 bilhões na economia catarinense até o fim do ano, segundo estimativas do Dieese. O recurso, que representa cerca de 3,1% do PIB de Santa Catarina, é esperado por milhões de trabalhadores e costuma aliviar contas no fim do ano. Especialistas, porém, reforçam que o planejamento do 13º salário é essencial para evitar desequilíbrios em 2026.
De acordo com dados nacionais do Dieese, 92,2 milhões de brasileiros receberam o benefício em 2024, com valor médio de R$ 3.096,78. Para muitos, o dinheiro extra chega em um momento de gastos elevados, como compras de fim de ano, viagens e impostos do início do ano.
Importância do planejamento financeiro para o uso do 13º
Para Marcelo Pedroso, líder da XP em Santa Catarina, o trabalhador deve enxergar o 13º como uma oportunidade de organizar contas e construir segurança financeira.
“Ter uma visão completa do seu orçamento é fundamental para tomar as melhores decisões. Quando essa análise é feita com calma e antecedência, ela se torna mais assertiva”, afirma.
Segundo ele, o ideal é fazer uma lista das despesas previstas para o fim e o início do ano, considerando presentes, viagens, festas, além de compromissos como IPVA, IPTU, material escolar, matrícula e férias.
Como organizar os gastos e evitar armadilhas
O especialista alerta para o risco de compras impulsivas:
“É muito importante ter esse olhar voltado para o futuro para não se iludir com o aumento da renda e se perder em compras parceladas, que ficam para os meses seguintes.”
A orientação é definir um limite de gastos, registrar tudo e acompanhar a execução ao longo do mês. Dessa forma, o uso do dinheiro fica mais consciente e conectado às prioridades.
Qual a melhor forma de pagamento?
Marcelo ressalta que a escolha da forma de pagamento depende do tipo de compra:
Cartão de crédito: útil para compras do dia a dia, desde que o limite esteja alinhado à renda. Pode render benefícios como milhas e cashback.
Pagamento à vista: indicado para itens maiores, pois permite negociar descontos.
Financiamento: deve ser comparado com o retorno de investimentos; em alguns casos, aplicar o dinheiro pode ser mais vantajoso.
O executivo também lembra que o mercado oferece opções de investimento para diferentes perfis e valores.
Reserva de emergência: prioridade para 2026
Para quem está com as contas em dia, parte do 13º pode ser direcionada à criação ou fortalecimento da reserva de emergência.
“O ideal é optar por investimentos conservadores e com liquidez diária, como CDBs, Tesouro Selic e fundos de renda fixa”, recomenda.
Quando há maior disponibilidade de recursos, ele orienta diversificar a carteira.
“A diversificação é sempre o melhor caminho, pois garante previsibilidade e protege o patrimônio de oscilações do mercado.”
Quando buscar orientação profissional?
Trabalhadores que desejam aproveitar o abono para projetos maiores — como viagens, cursos, compra de bens ou investimentos — podem contar com o apoio de um assessor financeiro.
O especialista explica que o acompanhamento profissional ajuda a criar estratégias alinhadas ao perfil do investidor, metas e riscos, aumentando as chances de decisões assertivas.
Serviço — Recomendações práticas
Liste gastos de fim e início de ano (presentes, impostos, matrícula escolar).
Defina limites reais para compras de dezembro.
Aproveite descontos à vista quando possível.
Desenvolva ou reforce sua reserva de emergência.
Considere orientação profissional para investimentos.
Evite parcelamentos longos que comprometam o orçamento de 2026.

